Recorda que os indígenas u’wa habitavam o norte da Colômbia a 3.000 e eram milhares, antes da chegados dos colonizadores espanhóis. Hoje, restam apenas 6.000 índios. Devido à reserva de petróleo que tem em seus territórios sofrem ameaças constantes de perderem as suas terras e suas vidas. Desde 1995 o governo colombiano aprovou a exploração de petróleo pela multinacional norte-americana, Occidental Petroleum. A decadência dos us’wa será alarmante, como a prostituição, o alcoolismo e sem dos índios que morrerão pelos esquadrões da morte. Um exemplo que serve para retratar a invasão da cultura branca, lembra os indígenas ghuahabis que viviam na Laguna de Lipa, hoje completamente destruída de sua beleza natural, que ao serem transferidos para bairros populares viraram mendigos e viciados. Alerta que na modernidade o homem substitui os valores espirituais pelos materiais com o interesse de adquirir algo que dê prazer momentâneo.
Explica que a Rede Brasileira Pela Integração dos Povos/REBRIP representa um amplo movimento de resistência a ALCA em todo continente americano e centra os seus esforços em campanhas continentais e na organização de plebiscitos institucionais nos países das Américas. Denuncia que os princípios apresentados pela ALCA consideram qualquer serviço como mercadoria e como tal deve-se almejar o lucro, sem esquecer de acrescentar que os amplos direitos dados aos investidores e empresas diminuem o poder dos governantes de promoverem políticas públicas voltadas à educação, à saúde, etc.. Declara que os governantes do Brasil não deveriam entrar na ALCA, já que não receberá nenhum beneficio, pois sabe-se que as medidas tomada pelos Estados Unidos visam somente os seus interesses. Conclama a sociedade brasileira a fazer um amplo movimento em oposição a ALCA, propondo um projeto social para a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática e fortalecida pela justiça social.
Explica que com a situação de pobreza na América Latina, com a ausência dos pobres na História, o nascimento dos movimentos populares, com a presença ativa dos cristãos nos processos históricos de libertação e com o compromisso da Igreja latino-americana na defesa dos oprimidos, surge a Teologia da Libertação, que tem como embasamento dois aspectos: (1) a busca de nova reflexão a partir da realidade latino-americana e (2) as declarações de grupos cristãos que testemunham a experiências coletivas da luta revolucionária da população pobre. A Teologia da Libertação percebeu a necessidade de se elaborar uma teologia a partir da identidade e do perfil presentes na América Latina para que possa intervir e dar respostas aos desafios que se apresentam. Considera que a Igreja tem que ser a base de resistência, assim como ter a missão de mostrar caminhos alternativos para que os pobres e excluídos possam ter uma vida digna, colaborando em dar respostar a atual política excludente neoliberal e proporcionar as transformações sociais.
Indica que no Brasil crescem as taxas de mortalidade que têm como causa principal a violência, ainda mais entre os adolescentes e jovens, e acrescenta que a violência e um problema complexo que abarca o âmbito cultural, social e comportamental e que por isso não deve ser encarado apenas no ponto de vista criminal, pois a discriminação sexual, de gênero, das minorias étnicas, exploração e a desigualdade social também são formas diferenciadas de violência. Afirma que um dos maiores problemas encontrados para que se pesquisa a violência está no fato de que a sua classificação e definição ainda são muito confusas, dando margem para diferentes interpretações, como, por exemplo, saber distinguir o crime organizado, crime de quadrilha e crime comum. Afirma que as ações repressivas em nada resolvem para desarticular o crime organizado. Deve-se investir em programas educativos para que os jovens possam ter um futuro mais digno.
Apresenta a diferença que se tem do senso comum tanto para os neoliberais, como para os educadores(as). Explica que para os primeiros a transformação do senso comum é importante para aceitação da reestruturação do Estado pela ideologia neoliberal, como solucionadora da crise que passa o Brasil, inclusive com o seu modelo educacional. Para os educadores que acreditam na transformação social, a desconstrução da hegemonia neoliberal é de suma importância para se promover à inclusão social nas práticas e nos discursos das escolas públicas. Adverti que a globalização é uma reconfiguração do capitalismo que intensifica as desigualdades sociais, econômicas e culturais. Acredita que a criação de espaço de discussão constitui uma das formas para que se possa desenvolver uma atuação política sobre as atividades exercidas pelas (os) professoras(es), deixando mais claro suas visões sobre a sociedade e da situação educacional.
Descreve que o golpe de estado instalado na Venezuela foi planejado pela ultradireita e que deve a conivência de políticos, dos meios de comunicação, de empresários, de partidos políticos, de escritores, de artistas. Recorda que Chávez chegou ao poder em 1998 com o apoio da maioria e que foi marcado como o único presidente da América Latina a renunciar voluntariamente e a submeter-se a uma consulta eleitoral. Com as 48 leis elaboradas no governo de Chávez, a abertura para os países como Cuba, Rússia e China, as críticas que atacavam o Plano Colômbia e os dirigentes da OPEP, em muito incomodou o governo norte-americano com a sua política de dominação mundial. Pronuncia que Chávez foi eleito por uma maioria esmagadora em uma eleição transparente, mas o que derrubou o governo Chávez foi a sua coragem de peitar a minoria intocável que a todo custo tentava mostrar que o presidente venezuelano era o “inimigo” da democracia e da liberdade.
Indica que a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (Icerd) que preambulou uma carta onde afirmava que a doutrina da superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa. Com relação ao racismo, denuncia que no Brasil apresente tamanha dificuldade em fazer a relação entre racismo e pobreza. Isso porque uma ala da esquerda brasileira ainda insiste em não fazer a associação entre o racismo e a pobreza. Além disso, no Brasil se tem duas maneiras de abordar o racismo. (I) uma explica que o racismo e a discriminação racial é a resultante da má distribuição da renda e do poder político. (II) A outra entende o racismo e a discriminação como a negação dos meios essenciais de sobrevivência aos grupos discriminados. Conclama toda a sociedade brasileira a encarar os afro-descendentes como pessoas que têm o direito de gozar a sua liberdade como outra qualquer sem que haja distinção de qualquer espécie.
Indica que com o advento do modelo “taylorismo” do trabalho ocasionou a perda da satisfação no trabalho, devido à separação entre trabalho intelectual e manual, ficando esse relegado como uma atividade inferior. Segundo Vasconcelos (1995) a prática docente ficou estruturada em dois aspectos: (1) os objetivo: refere-se aos salários, condições de trabalho e recursos, e (2) os subjetivos: faz referência à formação, aos valores, à opção, ao compromisso, etc., que somando-se a pressão social, o leva ao que é conhecido como “síndrome de burnout ou a síndrome da desistência”. Acredita em uma mudança transformadora na educação como forma de superar o modelo educacional neoliberal mas é necessário que os profissionais do ensino se organizem e detectem os reais problemas que assolam a educação e faça aumentar suas relações com a sociedade civil organizada com informações críticas como forma de resistir à crise e redefinir o novo papel que a instituição de ensino e seus profissionais devem tomar na sociedade.
Disserta sobre a “revolução” silenciosa ocorrida no Brasil, e reforçada com a política do livre mercado com a entrada de Fernando Henrique Cardoso (FHC), onde o seu programa de governo teve as seguintes composições: (I) privatizações das empresas estatais; (II) neutralidade do Estado nas decisões econômicas; (III) desregulamentação; ataque e fim dos direitos sociais, sobretudo os voltados para as relações de trabalho. Constata que a característica principal de governo de Fernando Henrique Cardoso está calcada nas privatizações das estatais devido ao acordo findado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para “manter” o equilíbrio das contas públicas. Entende que a forma mais emergente para se combater a “revolução silenciosa” é criar novas formas de se atuar na sociedade civil e construir um mundo que seja comum de todo/as. Assim como, construir projetos que dê fim à exclusão social, se assim não for dificultará cada vez mais a esperança de milhões de pessoas que sonham como uma nação justa e democrática.
Constata o imenso sofrimento pelo qual passam homens e mulheres moradores de Chocó (Colômbia) após o massacre de Bojayá, devido à guerra entre os guerrilheiros, narcotraficantes e paramilitares que nem mesmo respeitaram um templo católico que estava abrigando mulheres, idosos e crianças que tentavam salvar as suas vidas, mas que culminou na morte de centenas de pessoas, entre elas crianças. Esclarece que depois do atentado de 11 de Setembro, os Estados Unidos desencadearam novas estratégias para intervir nas nações alegando o combate ao terrorismo, porém não esquece de mencionar que o capitalismo também impõe o terrorismo social, econômico e político. Sugeri que as organizações sociais populares, os sindicados, as organizações étnicas e toda a sociedade civil se organizem e expressem quais são seus projetos de vida; que soluções propõem para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna alicerçadas por todos os homens e mulheres de boa vontade.