Entreculturas y Aloban (ONGs), 2002.

Apresenta as conseqüências que estão ocorrendo em vários países do mundo devido aos efeitos da globalização que está fazendo da contemporaneidade uma sociedade mundial. Explica que os termos tais como: internacionalização, globalização, mundialização representam distintas regiões do planeta que estão em contato direto e é um processo da superação das barreiras do mercado econômico. A realidade entre os países do Norte e do Sul é berrante. Os primeiros representam as nações capitalistas desenvolvidas, enquanto que os segundos aglomeram as nações dependentes e empobrecidas, tornando-se a relação entre ambos desequilibrada e de dependência por parte dos mais pobres. A atual conjuntura na qual se encontra o capitalismo mundial, os grandes empresários adotaram uma “porção mágica” que tem como lema: “capitalismo sem trabalho, mas capitalismo sem impostos”, que lhes dão imensos poderes dentro do processo da globalização, exportando postos de trabalho nos países onde as taxas fiscais são menores; repartem o processo de trabalho no mundo desintegrando os processos de produção; utilizam diversos espaços territoriais, pondo um contra o outro para estimular a competição de maneira feroz e assim poder atrair investidores; captam a diferenças dos diversos lugares para que possam escolher qual o local é mais atrativo para fazerem seus investimentos. Nota-se também que as empresas crescem de maneira rápida que faz com que sua renda às vezes ultrapasse o produto interno bruto (PIB) dos países aonde atuam, como é o caso da General Motors, da Toyota, da Exxon e de várias empresas norte-americanas e japonesas. Acentua que é desta maneira que o neoliberalismo vai se tornando uma ação puramente política que se faz passar por uma neutra e a-política, mas que todos sabem que isto é uma imensa mentira. Na verdade a globalização e a sua ideologia representam uma nova maneira de politização frente à realidade. Baste que se note que o empresariado desempenha um papel significativo na economia e na vida do país como um todo e tem o poder de restringir a maioria da população, da sociedade em que atua, dos bens materiais que necessitam. Considera que a globalização é um processo fragmentário e desigual que inclui todos os países do planeta, sobretudo os periféricos, pois os países ricos e industrializados tornaram-se um clube fechado e excluem do seu círculo as nações mais pobres, retirando delas o direito de terem uma vida digna. As regras básicas da globalização estão centradas no fundamentalismo da lei de mercado, pondo em perigo tanto a vida individual quanto à vida social. Lembra que mesmo com a queda do muro de Berlim e o fim dos governos dos regimes autoritários, o capitalismo global representa uma ameaça significativa para a democracia e a liberdade, já que a economia global não estabelece regras para que haja uma economia igualmente global; a ideologia econômica dominante a partir de seus próprios interesses atinge de maneira negativa a todos, sem que haja uma forma política que tome decisões em prol da vida coletiva, projetando dessa maneira um tipo de pensamento que afirma a existência de leis econômicas naturais que irão gerar uma situação de equilíbrio.Ora, é sabido por todos que a construção do mercado livre se deu a partir de ações conscientes dos Estados centralizados, com suas práticas políticas de omissão ou de ação conforme os seus interesses do momento, que declararam guerra às várias instituições que faziam a mediação entre governo e população e entre essas instituições mediadoras uma das mais atingidas foram os sindicados. Ao citar o autor González e R. Reich, diz que eles propõem um Estado mais protecionista e competitivo e a um nacionalismo econômico positivo para que cada cidadão tenha a responsabilidade de construir para si e para as demais pessoas uma vida plena e produtiva, seja dentro da realidade nacional, seja em escala internacional. Mostra que para o autor Beck, uma das maneiras de se combater as injustiças ocasionadas pela globalização é a criação de uma instituição mundial de redistribuição que entre as suas finalidades poria em funcionamento uma política de participação no capital, a troca entre os sindicados e as políticas salariais, etc. Reconhece que se deva estabelecer uma forma de governo que promova o desenvolvimento do bem comum mundial e a consolidação de um sistema de bem estar mundial, juntando-se a outros meios políticos de caráter ético e cultural.