Considera que repensar a educação popular é tentar compreender qual o seu verdadeiro papel na atualidade. Isso porque vem crescendo de maneira considerável a pobreza e com ela o número de excluídos eleva-se na mesma proporção, fazendo com que cada vez mais percam seus direitos, entre os quais o de terem acesso à educação. Entende por Movimento de Educação Popular Integral aquela que elegeu o segmento da sociedade constituída de pobres e que é de sua responsabilidade, como exercício da cidadania, promover a cultura da não violência que é indispensável para a convivência social. Essa aprendizagem se dá combatendo todo e qualquer tipo de discriminação, de fundamentalismo, de dogmatismo e de intolerância. Afirma que dentro da perspectiva da educação popular o mais importante não é aprender a ler e compreender a realidade: é preciso transforma-la para melhor. Assim, a aprendizagem deve ser de cunho permanente, inserindo em seu contexto valores essenciais e necessários que possibilitem uma vida digna em prol de todos.
O banco de dados é composto por resenhas de livros, capítulos de livros, artigos de revistas acadêmicas, boletins, documentos institucionais, dissertações de mestrado, periódicos etc. Toda produção foi catalogada, selecionada e resumida a fim de socializar e divulgar uma bibliografia sobre os direitos humanos e temas correlatos, privilegiando a produção brasileira e latino-americana.
Assegura que a conscientização de identidade nacional possibilita ao indivíduo se relacionar com os outros enquanto os seus iguais. E é importante na medida em que proporciona uma ação educativa que possibilita superar a perda da identidade que é tão comum na América Latina e no Caribe. Como a identidade nacional está vinculada as pessoas e aos povos, ela está integrada à temática dos direitos humanos. Assim, o fortalecimento e um olhar mais aguçado nos direitos humanos possibilitará o desenvolvimento da identidade a partir de distintas nuances. Aprecia a literatura como a expressão estética/verbal que divulga de maneira apropriada à identidade de uma nação, já que representa o mundo interior, as emoções e os sentimentos dos indivíduos, apontando para os seus problemas e esperanças, sem deixar de lado a sensibilidade, a musicalidade e a criatividade figurativa, fazendo ouvir as multiplicidades de vozes que expõe e discutem sua identidade.
Explana que a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) intenciona o processo de integração da América Latina e do Caribe, mas que é um projeto neoliberal com os moldes do Tratado de Livre Comércio estabelecido pelos países da América do Norte e da Europa para liberar e favorecer a intervenção estrangeira. Assim, a ALCA só irá favorecer os oligarcas, aumentar a concentração de riqueza e incrementar as condições de miséria dos povos da América Latina e do Caribe. Observa-se que os governantes “pró ALCA” estão mais preocupados na privatização dos serviços públicos e com a restrição dos direitos democráticos e pouco se importando com os prejuízos que poderá acarretar a população. Lembra que a Convergência de Movimentos dos Povos das Américas está construindo alternativas para combater a política neoliberal em todo o continente americano, sendo que a formulação dessas alternativas inclui propostas e práticas democráticas e pluralistas de homens e mulheres dos diferentes movimentos sociais para a construção de uma nova sociedade.
Esclarece que as declarações de direitos humanos estão inseridas no direito positivo, entendendo que tal direito não está limitado somente a juridicidade, mas no reconhecimento dos direitos à liberdade, dos direitos sociais e a participação democrática por parte todos. Explica que o respeito à vida só acontece quando os direitos humanos (DDHH) são acatados, pois é a partir deles que se pode considerar o ser humano como um ser livre. Não se deve caracterizar os DDHH exclusivamente a partir da ótica de direitos fundamentais, mas, sobretudo, o seu lado jurídico-moral, quando assim não se procede perde-se o senso crítico. Conclama a todos que resistem o imperialismo cultural estimular nas diferentes culturas o respeito e a solidificação dos DDHH para que eles tenham validade universal. A questão não é à busca em torno de um modelo e sim a partir da multiplicidade das demandas humanas e possibilitar a efetivação dos DDHH. Essa possibilidade só será concreta no momento em que se esclareça a todos que eles enquanto indivíduos, cidadãos e pessoas são portadores de direitos.
Rege um curso de direitos humanos nas ruas do Rio como forma de demonstrar que a prática de se está no espaço público faze parte do aprendizado em direitos humanos. Tem como temas abordados a realidade dos menores de rua, a justiça comunitária, os direitos humanos das mulheres, mas o meio ambiente é o tema que predomina, já que os alunos de pós-graduação que orienta pesquisam a relação entre direitos humanos e ambientes urbanos. Lembra que a escolha dos lugares públicos irá depender da necessidade de cada um. Até porque podem interagir com o espaço de duas maneiras: (1) envolvimento passivo –não se tem uma implicação com o ambiente; (2) envolvimento ativo –necessidade de explorar o local para conhecer, sem esquecer o fato de que os espaços públicos são os lugares onde ocorrem diversos tipos de reações e de violações. Por isso quando o espaço público se torna o lugar dentro do processo de humanização é lugar digno da integridade humana.
Assinala como uma das formas de contribuir com o mundo é transmitir as novas gerações os valores intrínsecos dos Direitos Humanos. Quando se fala em educação cidadã em direitos humanos, refere-se a um modelo de educação que esteja voltada à solidariedade, a justiça e a democratização da sociedade. Destarte, as escolas devem oferecer na aprendizagem o exercício da cidadania e fazer com que seus alunos(as) entendam a sociedade de maneira crítica e reflexiva e atuarem com responsabilidade perante aos problemas sociais. Explica que a expressão “pensamento ecológico” é a capacidade humana de refletir sobre o mundo a partir da realidade social e cultural do planeta e não perder de vista que todos são partes inseparáveis dele. Acredita que educar para a vida é proporcionar um modo de pensar que apreenda como se dão as relações na vida e orientar o conhecimento para a valorização e a facilitação do relacionamento entre o ser humano e a natureza.
Destaca que no Peru, deste os anos 80, há um confronto entre grupos rebeldes e as forças armadas. O número de pessoas atingidas pela violência política ultrapassa milhões. Cita que o PAR (Programa de Apoio a Repovoação) objetiva reconstruir as comunidades que foram afetadas pela violência política e fazer com que aqueles que saíram de suas moradias retornassem aos seus lares e tivessem todo o apoio à vida produtiva através de desenvolvimento de projetos voltados a infraestrutura social e econômica, tendo como intenção principal o repovoamento das comunidades atingidas pela violência a par com o projeto de pacificação. Cita que na atual conjuntura há um esforço por parte de alguns setores governamentais no sentido de colocar fim ao problema da violência a partir das demandas da sociedade civil e os deveres que o Estado tem com ela. De tal modo, que a nova orientação que o PAR vem desenvolvendo é o de visar o debate em torno de como se deve dar a organização e a coordenação dos organismos que estão envolvidos com a democratização do país.
Disserta sobre a “revolução” silenciosa ocorrida no Brasil, na década de 90, demonstrando como se deram os impactos sobre a sociedade, já que deste os anos 80 o foco principal da política brasileira e a entrada no competitivo mercado internacional, política elaborada pelos tecnocratas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que foi reforçada com a vitória do presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment no seu mandato, e retomada a política do livre mercado com a entrada de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que a partir de 1994 o seu programa de governo teve as seguintes composições: privatizações das empresas estatais; neutralidade do Estado nas decisões econômicas; desregulamentação; ataque e fim dos direitos sociais, sobretudo os voltados para as relações de trabalho.
Explica que o Brasil ficou um país dependente deste o seu “descobrimento” em 1500 e que até os dias atuais continua subordinado as ordens das grandes potencias mundiais. No ano de 1964 sofreu com um golpe militar que atrasou o seu avanço social e econômico durante trinta anos. Com o fim da ditadura militar, foi proclamada a Nova República e com ela a Constituição de 1988. Os latifundiários, temendo a reforma agrária, se organizaram como força política considerável através da União Democrática Rural (UDR), mas que mesmo assim continuou a luta e a organização dos trabalhadores rurais pela terra mediante ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Esclarece que a função original do Fundo Monetário Internacional (FMI), antes de sua remodelação a partir de 1973 com a crise do dólar, era a de controlar o sistema monetário internacional e que na atualidade ocupa três funções principais: (1) vigilância e supervisão das economias dos países membros; (2) assistência técnica no que diz respeito às questões fiscais e monetárias e (3) assistência financeira aos países que apresentam dificuldades financeiras e aos programas de reforma econômica. Já o Banco Mundial (BM) tinha como desempenho criar condições para a reconstrução da Europa, que logo após foi rejeitado pelos Estado Unidos que optou para a ajuda unilateral através do plano Marshall. Hoje o BM tem a performance de “ajudar” os países pobres em suas dimensões institucionais, estruturais e sociais. Explica que tanto o FMI como o BM têm uma imensa capacidade para influenciar a política econômica dos países do Sul.