San Pablo, 2000.

Considera que os direitos humanos estão intrinsicamente ligados à dignidade humana, por isso a importância capital em defender e pô-los em prática, já que eles são o alicerce de outros direitos afins, tais como: o direito à vida, ao alimento, ao vestuário, à saúde, à educação, etc. que proporcionam maneiras concretas de lidar com a vida sem correr o risco deles serem diluídos. Quando se relata sobre a dignidade humana, significa dizer o respeito que se deva ter com sua índole pessoal, sua autoconsciência e com sua liberdade. Assim, quando são desrespeitados os direitos humanos são violados, seja essa violação de cunho político, econômico ou social. Concorda que para se manter e proteger os direitos humanos é necessário que o Estado encare-os como um de seus deveres, assim como a sociedade civil tem por obrigação defender, tutelar e promover os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos cidadãos, em todas as esferas. Isso porque, mais do que nunca, o que está em jogo diz respeito aos direitos dos homens e das mulheres em preservar e usufruir o valor de sua liberdade pessoal. Quando se parte de uma visão mais ampla, constata-se que o neoliberalismo capitalista mantém em sua estrutura as práticas mais injustas, pois insiste no consumo desvairado, jogando para a margem milhões e milhões de pessoas, sobretudo à população mais pobre e desfavorecida e sem deixar de esquecer na discrepância existente entre os países do Norte e os países do Sul, já que os últimos perderam “o trem do progresso de alta velocidade” e encontram as barreiras por vezes sutis, por vezes explícitas, para que possam chegar ao desenvolvimento, sem esquecer o fato de que a pressão social que recebem dos países capitalistas desenvolvidos é tamanha. Tudo que é produzido; tudo que é gerado com o suor dos cidadãos é dirigido aos países credores e as entidades bancárias. Basta que todos se lembrem da famigerada dívida externa (ou eterna?) que assola os países devedores, pois condiciona o progresso, em todos os níveis, dos diversos países do Terceiro Mundo. Explica que o adjetivo “externa” designa a dependência econômica existente entre um Estado com relação a outro na esfera econômica, sem esquecer de mencionar que a dependência econômica é a mais rude de todas, já que ela abarca as esferas social e política, ou em outra palavras, a dívida externa constitui a escravidão dos tempos modernos, sem que seja preciso o uso de tronco e de chibata. Segundo Gomés (1998), que reconhece que todos os povos têm direito ao desenvolvimento. Afirma que não existe sequer um só documento de cunho internacional que assegure o direito ao desenvolvimento, com exceção da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos que foi redigida em 1988, declara que “Todos os povos têm direito ao desenvolvimento”. Segundo relato das Nações Unidas relatado nos anos de 1998/99 constatou-se que o patrimônio das 200 pessoas mais ricas do mundo equivale à renda per capita de 2.500 milhões de pessoas do planeta, ou seja, essas pessoas mais ricas possuem mais do que um terço da população mundial tem para viver, comprometendo desta maneira o bem estar social da esmagadora maioria da população do mundo, tendo acesso a ele apenas uma minoria distinta. Concorda com o fato de que o bem estar social não deve ficar restrito, mas a toda esfera humana, e essa esfera só se torna concreta a partir de momento em que o campo de comunicação dos demais grupos se torne ampliado. Caracteriza como essencial, o direito à solidariedade, pois é ela que proporciona o desenvolvimento comunicativo entre as pessoas, as nações e entre os povos. Ainda mais que na atualidade a intolerância tornou um dado tão comum, o que não deveria acontecer, e que somente com a solidariedade é possível reconquistar o respeito em todas as esferas da vida. Com respeito a todos os direitos existentes, constata que os direitos humanos são os principais para os homens e as mulheres, já que eles são comparáveis à vida e dá subsídios a liberdade, a solidariedade, a justiça e etc. formando uma unidade em seu todo.