Explica que com a situação de pobreza na América Latina, com a ausência dos pobres na História, o nascimento dos movimentos populares, com a presença ativa dos cristãos nos processos históricos de libertação e com o compromisso da Igreja latino-americana na defesa dos oprimidos, surge a Teologia da Libertação, que tem como embasamento dois aspectos: (1) a busca de nova reflexão a partir da realidade latino-americana e (2) as declarações de grupos cristãos que testemunham a experiências coletivas da luta revolucionária da população pobre. A Teologia da Libertação percebeu a necessidade de se elaborar uma teologia a partir da identidade e do perfil presentes na América Latina para que possa intervir e dar respostas aos desafios que se apresentam. Considera que a Igreja tem que ser a base de resistência, assim como ter a missão de mostrar caminhos alternativos para que os pobres e excluídos possam ter uma vida digna, colaborando em dar respostar a atual política excludente neoliberal e proporcionar as transformações sociais.
O banco de dados é composto por resenhas de livros, capítulos de livros, artigos de revistas acadêmicas, boletins, documentos institucionais, dissertações de mestrado, periódicos etc. Toda produção foi catalogada, selecionada e resumida a fim de socializar e divulgar uma bibliografia sobre os direitos humanos e temas correlatos, privilegiando a produção brasileira e latino-americana.
O texto é rico para o nosso projeto de Educação, DDHH e Cidadania, na medida em que desenvovle de forma ampla e aprofundada o que hoje significa educar para os direitos humanos. O autor reflete sobre o ideal da educação para cidadania, centrando na perspectiva ética desta ação pedagógica. Ao apresentar a Educação para os Direitos Humanos como um tema transversal, nos curriculos escolares, sugere algumas sugestões para esta prática nas salas de aula e na escola como um todo.
“A argumentação apresentada pelo autor corre o risco de ser fortemente utilizado pelo Neo-liberalismo, no sentido de que confere ao cidadão e a sociedade civil grande parte da responsabilidade pela garantia dos Direitos Humanos.
Além disso, esta perspectiva de educação para os direitos humanos enfatiza a dimensão ética da educação. Contudo, consideramos muito importante enfatizar também a dimensão política da eeducação para os direitos humanos. Por fim, devemos desenvolver a reflexão – ação no sentido de demarcar e construir um equilíbrio entre o que é o papel do Estado e o que caberia a sociedade civil na luta pela vigência dos Direiots Humanos em nossa realidade de vida.”
Apresenta uma proposta temática para a elaboração de uma agenda de educação para os Direiots Humanos relacionando seus conteúdos com as possibilidades de desenvolvimento na escola. O autor reflete sobre as tensões e desafios que se encontram no processo de incorporação da Educação para os Direitos Humanos, como um tema transversal, no currículo escolar.
O projeto resulta interessante por sua proposta de trabalho a partir dos direitos humanos com os professores. É uma forma de trabalho desde os direitos humanos, intermediária, dirigida a professores, sem necessidade de incluir, de início, toda a escola no projeto. Pode-se começar a trabalhar com os professores de diferentes centros que desejem participar da experiência.
Relata uma experiênica de formação de professores em Direitos Humanos, através de oficinas de capacitação. Para tal, o artigo desenvolve os 3 eixos de trabalho da proposta: a formação na ação, as metodologias educativas e as relações pedagógicas.
O artigo é uma boa indicação de leitura, tendo em vista duas realidades: primeiro pela própria escassez de textos que tratam do universo cultural dos jovens, depois pela riqueza das questões tratadas e a clareza da análise tendo como pano de fundo uma experiência concreta e avaliada como bem sucedida. O artigo trata de temas importantes para qualquer trabalho com jovens oriundo das classes populares, tais como: violência, exclusão social, inserção precoce no mercado de trabalho, contradição em torno dos objetivos da escola, entre outros.
A autora é da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Inicia caracterizando as lutas dos movimentos populares urbanos nos anos 70 e dentre elas as lutas pelo acesso e pela qualidade da escola. Nos anos 80 a escola se envolve muito mais nas questões de violência. Mostra a violência no meio dos jovens das classes populares como um resultado de um processo de exclusão social. Finaliza-se com um exemplo retirado da experiência do Município de São Paulo, 1992, que através da música e da dança – RAP – conseguiu promover na escola algo que superasse a exclusão e a violência.
O artigo, apesar de simples, aborda temas relevantes para o trabalho realizado pelo Programa Direitos Humanos, Educação e Cidadania. O autor apresenta uma boa análise de Declaração das Ong’s e chama atenção que as Ong’s não se limitam mais às atividades de denúncia ou de análises de estudos teóricos. Segundo Szmukler cresce o número de Ong’s que desempenham atividades de intervenção social.
Expõe os vários pontos da declaração das Ongs (DECONGS), resultado da participação destas na Conferência Mundial de Direitos Humanos de Viena – CMDH. Enfatiza que a declaração foi o produto de um consenso entre as várias entidades políticas, econômicas e sociais representadas. A reflexão apresentada reafirma o direito de autodeterminação dos povos, estabelecendo a universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos civis e políticos, econômicos, sociais e culturais, e o direito ao desenvolvimento.
O autor utiliza-se de um instrumental teórico baseado em Weber a fim de apresentar uma crítica ao racionalismo e tecnicismo moderno da escola. Apresenta a Educação em Direitos Humanos como proposta mais humanizante e construtiva.
Propõe um novo paradigma com base nos Direitos Humanos, a partir do questionamento profundo da modernidade ocidental, a qual encerra uma estrutura determinada. Baseado em Weber, faz uma análise dos pressupostos que estruturam a época moderna, ” fruto da aliança entre o capitalismo, as ciências naturais e a técnica”. A racionalidade passa ser justificadora do agir e do pensar, em detrimento de valores mítico-religiosos.
A melhor contribuição que o artigo pode trazer para o programa Direitos Humanos, Educação e Cidadania é a identificação das mediações que a escola pode utilizar para promover a interrelação com o universo cultural dos alunos. Os Grêmios Estudantis se constituem em um ambiente privilegiado da ação movida pela própria iniciativa dos alunos. Um maior conhecimento deste ambiente privilegiado de ação dos alunos proporcionará uma melhor análise dos encontros e desencontros do universo cultural configurador dos alunos e os processos de envolvimento democrático.
O autor é professor secundarista e Coordenador da Comissão de Educação em Direitos Humanos da Anistia Internacional
Os anos oitenta foram marcados pelo crescimento da consciência dos Direitos Humanos e a rearticulação dos diversos grupos do movimento popular. Contudo se percebe um desinteresse por parte dos alunos com relação aos Grêmios Estudantis. Segundo o Jélvez, esta é uma trágica herança da ditadura militar: o imobilismo estudantil.
Este texto torna-se especialmente relevante por sua declaração firme e direta pela implementação de disciplinas que contribuam na formação de professores conscientes e defensores dos Direitos Humanos. O autor também chama atenção para a necessidade de uma sociedade democrática para que a educação em Direitos Humanos seja acolhida numa realidade favorável e de como os professores devem também se empenhar nesta tarefa.
Uma sociedade que viva e respeite a democracia e os direitos humanos é essencial para que se prepare professores construtores deste valores. Porém, só isto não basta para que professores e alunos assumam esta realidade como prática de ensino e aprendizagem. Por isso, segundo o autor, é preciso um projeto definido e estruturado para formação de professores nesta perspectiva e é isto o que ele apresenta neste artigo.
O texto se faz relevante principalmente pela consistente análise que faz sobre os dados de cor e raça das pesquisas e censos demográficos. Skidmore examina com autoridade a falta de dados durante um período de 50 anos e como as respostas aos censos muitas vezes revelam a ideologia do embranquecimento presente na mentalidade dos negros brasileiros.
O original do artigo foi preparado para a conferência Population, Nationalism and Ethnic Conflitict, no Watson Institute for National Studies Univerity, abril de 1991, e foi apresentado em palestra proferida em São Paulo, a 1º de agosto de 1991, no Instituto de Estudos Avançados de USP. O autor pertence ao Center for Latin American Studies, Brown University. Tradução de Tina Amado.
No país que recebeu a maior população escrava das Américas, o mito da democracia racial persiste e, com ele, o descaso oficial e o desinteresse de grande parte da produção intelectual pelo estudo das relações raciais. Examina, a partir da inexistência de dados quantitativos sobre a cor da população brasileira durante mais de 50 anos pós-abolição, o debate sobre a raça e a baixa repercussão das vozes que se insurgiram contra as teses assimilacionistas e a ideologia do branqueamento, ao longo do século atual.
Apresenta os pressupostos gerais da proposta de educação em direitos humanos desenvolvida pela Comissão de Justiça e Paz de São Paulo.
Trata-se de um depoimento que apresenta os pressupostos gerais da proposta educacional que fundamenta o trabalho da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo. Aponta para elementos básicos de seu desenvolvimento: a interdisciplinaridade e a postura pedagógica problematizadora, visando uma educação libertadora. Afirma também que esta proposta deve ser aplicada tanto no âmbito do ensino formal como do não-formal.