Centro Cultural Poveda, Cuadernos de Sociedad y Educación, nº 14, 2001.
Assinala como uma das formas de contribuir com o mundo no qual estamos é transmitir as novas gerações os valores intrínsecos dos Direitos Humanos (DDHH), como já acontece em alguns países que os introduz deste a alfabetização. É neste sentido que se faz importante pensar uma educação de qualidade em que todos tenham direito e acesso e que os cidadãos, sobretudo as crianças, não mais fiquem fora da escola. Quando se fala em educação cidadã em DDHH, refere-se a um modelo de educação que esteja voltada a solidariedade, a justiça, a participação e a democratização da sociedade. Destarte, as escolas devem ofertar na aprendizagem o exercício da cidadania e fazer com que seus alunos (as) possam entender a sociedade em que se está de maneira crítica e reflexiva, dentro da prática educativa dos educadores, e dessa maneira saber como atuar, com participação ativa e agir com responsabilidade perante aos problemas sociais. Explica que a expressão “pensamento ecológico” significa a capacidade humana de refletir sobre o mundo a partir da realidade natural, social e cultural, isto é, perceber as relações que sustentam a vida no planeta Terra e não perder de vista que todos os homens e mulheres são partes inseparáveis dele. Por um lado, propõe um conhecimento e prática de base científica como forma se solucionar muitos problemas de cunho ecológico que hoje assola toda a humanidade. Por outro lado, encara a ecologia como a disciplina científica que oferece ao ser humano uma maneira natural e equilibrada para o desenvolvimento de suas atividades sem que se perca contato com a natureza e sem a necessitada de debilita-la e fazer com que a continuidade de todas as espécies de seres vivos se dê em todos os âmbitos da Biosfera. Por isso, a ecologia tem se tornado a ciência que tem como intuito refletir e oferecer meios para solucionar a problemática que se desenvolveu na relação entre o ser humano e a natureza. Recorda que o processo ensino/aprendizagem em muito contribui para a formação integrada dos indivíduos enquanto sujeitos autônomos e sociais com direitos e deveres para o desenvolvimento de sua cidadania, que tem por base as seguintes características: (a) a auto-estima, o autoconhecimento e a identidade; (b) capacidade para analisar criticamente a realidade, (c) capacidade de ação; (d) iniciativa de propósito; (e) participação; (f) tolerância, igualdade e capacidade de diálogo com a diferença e criação do consenso e (g) a solidariedade. Para isso se faz necessário o desenvolvimento e uma aplicação de uma metodologia que desenvolva a iniciativa e a criatividade dos estudantes, inserindo junto ao conhecimento o debate em torno de idéias divergentes apresentadas pelos estudantes, mas mantendo o espírito solidário, tolerante e aberto, fazendo-os capacitados para a troca com os seus próximos e saberem refletir os seus problemas e os meios que se tem para soluciona-los, e assim mostrá-los que não existe somente uma verdade que tem que ser imposta. Por exemplo, o educador pode sugerir aos seus alunos que se organizem para que possam pensar um determinado problema de sua comunidade e como eles ajudariam essa comunidade a partir da realidade dada, sem esquecerem em nenhum momento que eles sozinhos não tem a solução perfeita e sim trabalhando coletivamente com a comunidade, ouvindo a opinião de todos que participam, reunirem as propostas para que possam chegar a um denominador comum e assim poderem agir com consciência e com coerência. Com isto a escola será capaz de atuar com uma educação crítica e politizada e assim formar sujeitos ativos politicamente na sociedade. Não concebe a idéia de que a aprendizagem seja um processo puramente individual que não possa ser compartilhado com e por outros. Ao contrário, se aprende quando o conhecimento se torna uma construção coletiva dos significados. Acredita que educar para a vida é proporcionar as pessoas um modo de pensar para que percebam como se dão as relações na vida e orientar o conhecimento para a valorização e a facilitação do relacionamento entre o ser humano e a natureza, já que todas as relações são construções dentro da própria aprendizagem humana, seja ela acadêmica, seja ela no cotidiano da vida das pessoas. Reconhece que se deve educar a capacidade que todos têm para ler e para apreender a diversidade presente no mundo em todos os âmbitos da vida, seja ela dos seres humanos ou de qualquer outra espécie e isso se passa pela responsabilidade que se deve ter com o desenvolvimento do saber para que se torne possível à formação da cidadania.