Cuadernos para docentes, Serviço de Paz y Justicia Uruguay, Ano XIV, 2002.
Trata-se de uma revista elaborada pela instituição – Serviço de paz e justiça Uruguai, que é uma organização não governamental, nascida em 1981, onde o país vivia em uma ditadura militar e como tal a instituição nasceu com o objetivo em dar contribuição para a educação em direitos humanos –no intuito de analisar a realidade e propor soluções para ela e atuando no processo de formação, tendo em vista que educar em direitos pressupõe assumir o lugar dos educandos e de sua comunidade; sentir a realidade na qual se encontra; oferecer experiências que favoreça o espírito de respeito, de solidariedade e de tolerância; envolver a classe e a escola em um relacionamento mais amplo com a família, com os vizinhos e com toda a comunidade; estimular outros meios de comunicação que estejam a par com esses ideais; ter um projeto que contemple mais o cotidiano de cada um para que possa se alcançar à coletividade e fomentar a esperança sobre as opiniões de várias pessoas, reunindo-as em um destino comum e digno. Assegura que com o discurso neoliberal a educação passa a ser uma ferramenta para manter o status quo. Lembra que a educação em valores se tem convertido em um tema preponderante tanto no sistema educativo formal como no popular. Ao se realizar a dimensão individual, o contato e o respeito com o outro são as condições ideais para a construção de uma educação pluralista, heterogênea, multicultural, ajudando a desenvolver estratégia para que se possa ler a realidade, sem neutralidade, com consciência crítica e criativa que permita aos participantes serem os protagonistas de seu projeto ético-político. Acentua que a educação em valores não é simplesmente a referência a valores morais, mas é um processo crescente de aprofundamento da ética da educação com pluralidade de abordagens que ela possa ter. até porque a relação entre ética e educação possui a mesma raiz: a realização que todo ser humano almeja alcançar e o esforço se faz no sentido de ampliar a interação interdisciplinar. Acredita que a educação em valores deve estar voltada ao desenvolvimento humano para que se possa reverter a desigualdade e a exclusão socioeconômica , pôr fim na discriminação de gênero e de etnias, para que desta maneira a educação em valores possa fomentar uma formação ética e cívica sólida, convivência harmônica, responsabilidade, tolerância, justiça, igualdade e respeito aos direitos humanos. Entende-se também que se deve fortalecer tecnicamente os educadores e as instituições de ensino através do desenvolvimento de ações dirigidas a melhorar a formação moral e ética que oferece o sistema educativo e com ferramentas e metodologias orientadas a favorecer a reflexão e a aplicação permanente de valores. Lembra que o conceito de educação,no século XXI, deve estar caracterizado em uma postura realista, antidiscriminatória e ética. Todos aqueles que são discriminados têm o direito de participar da vida ativa de seu país, em igualdade de condições e direitos com todos os demais. Para que isso se torne concreto é necessário o apreço pela dignidade humana, a convicção do interesse geral da sociedade, os ideais de fraternidade e igualdade de direitos entre todos os homens e mulheres, sem que haja privilégios de raça, de religião, de grupos, de sexos ou de indivíduos. Sem esquecer o fato de que para que se tenha a superação da intolerância a melhor via e a prática da educação em valores, conjuntamente com políticas de caráter social que contribuam para a participação direta de todos os grupos marginalizados. Denuncia que a política neoliberal é inseparável da exclusão, da marginalização, do empobrecimento e da exclusão. A lógica do neoliberalismo é a do capital sobre a vida e como o único sistema viável. Esta lógica está aquém de uma proposta econômica, por penetrar e modelar o imaginário social, a vida cotidiana e os comportamentos nas sociedades. Recorda que na América Latina cada vez mais está nascendo pessoas abaixo da linha da pobreza, o que agrava consideravelmente o contexto socioeconômico, o aumento da violência e uma mão de obra ociosa a cada dia maior. Têm-se gerações e gerações que nascem em bairros pobres e excluídos, miséria, fome, destruição e a falta de projeto para o futuro. Considera que é necessário, para educar em valores, uma formação didático-filosófica; conhecer, discutir e refletir acerca dos elementos teóricos; pôr em discussão as metodologias didáticas; aprender a refletir sobre a prática e saber criticar a si mesmo.