SIME, L. Ejercicios para el desarrollo del lenguaje corporal en la educación en derechos humanos., In: Cuaderno de educación en y para los derechos humanos – vol. 3, Chile, Outubro / 1992, pp.

Este caderno, que é parte de uma coleção de quatro volumes, tem como princípio a idéia de que o corpo é o cenário imediato dos direitos humanos – de sua afirmação ou violação. Esta proposta de educação em direitos humanos busca uma atividade pedagógica que seja capaz de integrar as dimensões racionais, afetivas, corporais e espirituais e que todas possam permear o conjunto do currículo escolar. Quanto às potencialidades pedagógicas da linguagem corporal são levantados os seguintes pontos: o desenvolvimento de faculdades sensitivas essenciais que estimulam a vitalidade e a criatividade nos alunos; o exercício da liberdade criativa a partir de formas cada vez mais originais de movimentos gestuais; a motivação da autoconfiança e da autoestima do educando; a descoberta de novas formas de relações humanas. Os exercícios propostos para o desenvolvimento da linguagem corporal em direitos humanos pretendem: reconhecer o papel do corpo e de sua linguagem como fonte de percepção e de encontro consigo mesmo, com os outros e com o espaço circundante; gerar e valorizar progressivamente relações de confiança e integração entre os educandos; explorar e desenvolver os distintos recursos que oferecem o corpo para aperfeiçoar a originalidade na expressão e a criatividade na comunicação pessoal e grupal; valorizar o direito à vida, à liberdade e à criatividade. Quanto ao papel do educador, é necessário, em primeiro lugar, que ele preveja o espaço adequado para o bom desenvolvimento dos exercícios. O professor deverá, também, gerar um clima de confiança e desinibição num esforço comum com o grupo por estabelecer um espírito de convivência e abertura. Em terceiro lugar é necessário que o condutor proponha com claridade as condições do trabalho antes de começar os exercícios, sabendo respeitar os diferentes ritmos pessoais. Por último, o professor deverá propor certos momentos para que o grupo realize seu autoreconhecimento. Se trata de criar um ambiente que permita verbalizar com espontaneidade o vivido pessoal e grupalmente. O autor apresenta algumas atividades ordenadas em três seqüências de exercícios. A) Exercícios de soltura, confiança e integração; B) Exercícios para liberação e recreação da expressividade; C) Exercícios de expressão e comunicação. O primeiro grupo de exercícios pretende aumentar: “”a capacidade de percepção e sensibilidade corporal; a comunicação interpessoal e grupal; a expressão de sentimentos e percepções da realidade; o aprendizado a partir das próprias percepções e sentimentos; a reflexão projetiva sobre a vida cotidiana.”” (p. 9) A segunda seqüência de exercícios busca: “”desde nossa percepção interna ampliar a atenção até o ‘lado de fora’: o espaço, os objetos, as outras pessoas; expressar livremente os sentimentos que nos provocam; avançar até o encontro mais profundo tanto com o que nos une e mobiliza como com o que nos divide e paralisa.”” (p. 16). O último grupo de exercícios está orientado para: “”desenvolver as diversas possibilidades expressivas e comunicativas dos participantes: gestual, vocal, sonora, plástica, lúdica oral e escrita; afirmar um estilo de “”presença”” de cada participante utilizando o máximo de recursos físicos pessoais: gestos, movimentos, voz.”” (p. 20). O artigo é relevante, pois ao mesmo tempo que introduz uma questão teórica, qual seja, a necessidade de incorporar a dimensão corporal no trabalho educativo, apresenta atividades práticas que visam dar conta deste objetivo. Ressalta a importância de incorporar a dimensão corporal do homem no trabalho educativo que visa a formação em e para os direitos humanos. Propõe uma série de exercícios para o desenvolvimento da linguagem corporal e para gerar relações de confiança e integração entre o grupo. Propõe a valorização vivencial do direito à vida, à liberdade e à criatividade.