Instituto Interamericano de Derechos Humanos, 2000.
Sugere sintetizar e analisar os debates e as discussões em torno da educação em direitos humanos, tendo em vista o contexto sócio-político e econômico vividos na América Latina. Desenvolve a idéia de que a educação em direitos humanos ganharia muito mais legitimidade se os corpos normativos (leis, resoluções, acordos, convenções, declarações nacionais e internacionais) fossem mais conhecidos e difundidos publicamente para que os governantes pudessem ter o controle e assim fazer valer o cumprimento de tais corpos. Apresentaram-se alternativas no sentido de que quais estratégias poderiam ser executadas para o desenvolvimento e a implantação da educação em direitos humanos. Foi concluído, que na verdade, não existe uma maneira única, uma receita pronta para a execução do programa de educação em direitos humanos; cada país a partir de sua realidade deve desenvolver sua própria estratégia que lhe seja mais conveniente, mas houve acordo em poder afirmar que o passo a ser dado para se debater a educação em direitos humanos é sistematizar os corpos normativos em educação em direitos humanos no âmbito nacional e internacional; difundir entre os governantes as instituições educativas e aos professores os corpos normativos e estabelecer contatos mais próximos com organismo internacionais, por exemplo (ONU, OEA, UNESCO, etc.) como forma de se obter informações. Diz que o tema direitos humanos e memória estão relacionados e para isso é preciso ofertar respostas mais concretas, articulando o respeito entre o ético e o político, já que se entende que a educação em direitos humanos permeia esses dois planos, assim como o conhecimento em direitos humanos passa pelo plano do conceito, de atitude e de procedimento. Com relação à metodologia utilizada na educação em direitos humanos não se tem como prioridade o professor, sem esquecer a sua importância no processo, mas o foco principal está centrado no cotidiano vivido pelos alunos. Para que essa realidade se concretize é importante construir critérios e indicadores que provem, na prática, qual o caminho a ser seguido. Lembra que em relação à educação em direitos humanos, alguns estudiosos estão a favor que se recorra ao Estado para angariar recursos, pois os recursos privados estão cada vez mais escassos, e trabalhar até mesmo com as ONGs. Mas o problema surgi quando se questiona a maneira pela qual irá se trabalhar com o Estado se ele é omisso a injustiça e tem aceitado a impunidade. Critica-se também a participação das ONGs ao fazerem aliança com o Estado, já que desta maneira irão perder credibilidade perante o público. Contudo, as ONGs quando estabelecem alianças com o Estado não significa afirmar que elas não possuem recursos próprios, mas, eventualmente, desempenham trabalhos com ou para o Estado. Explica que quando se afirma que a questão de gênero é transversal significa dizer que outros temas irão ser penetrados, como por exemplo, a educação, o emprego, a política, etc.. É sabido por todos que as mulheres além de serem discriminadas na e pela sociedade ainda sofrem a violência que é exercida com elas, como é mostrado nacional e internacionalmente. Porém, o gênero em sua transversalidade rompe a dicotomia entre o que é público e o que é privado. Por exemplo, quando são agredidas (violência doméstica) física ou verbalmente pode-se violar o espaço público para que as mulheres sejam protegidas. Ao relatar os direitos dos povos indígenas na verdade se está fazendo a defesa da multiculturalidade de um Estado nacional em uma democracia intercultural. Para que se possa possibilitar ações educativas integrais e de qualidade é necessário à formação de educadores em direitos humanos que conheçam a fundo o tema. Considera ser importante a desenvolvimento de uma rede de comunicação para que se possibilite relações e acabe, dessa maneira, com o isolamento, pois o propósito e tecer a solidariedade e a troca de saberes e assim estimular o exercício das ações coletivas.