Artmed, 2001/2002.
Aborta o cotidiano do final de semana do bairro de Copacabana no Estado do Rio de Janeiro, mostrando os costumes de seus moradores. Dentro desse contexto serve como ponto de partida para explanar sobre uma manifestação intitulada “basta! Eu quero paz”, organizada pela ONG Viva Rio que juntamente com ela vinha um bloco afroreggae de direitos humanos da comunidade de Vigário Geral, estudantes e associações comunitárias de favelas. Administra um curso de direitos humanos nas ruas do Rio como forma de demonstrar que esse tipo de prática em espaço público, assim como os movimentos sociais fazem parte da prática de direitos humanos. Até porque explicita que o Rio é uma cidade que possui espaços públicos abundantes e que por isso não tem paciência para ficar ministrando um curso dentro de uma sala de aula. Tem como temas abordados durante esse curso a realidade dos menores de rua, a justiça comunitária, os direitos humanos das mulheres, mas o meio ambiente é o tema que predomina, isso porque os alunos de pós-graduação que orienta tem o interesse em pesquisar a relação existente entre direitos humanos e ambientes urbanos. E essa relação se torna possível na medida em que se mapeia em que área da cidade se faz trabalhos para o desenvolvimento dos direitos humanos e quais as áreas em que eles são violentados, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro em que a violência, em seus diversos níveis, se torna muito proeminente. Basta que se observe que os diversos acordos nacionais e internacionais relacionados direta ou indiretamente com os direitos humanos possuem um fundamento com o espaço público. Constata que o trabalho infantil é um dos grandes problemas que assola o Rio, onde muitas crianças trabalham nas ruas vendendo algum tipo de alimento ou mesmo algum tipo de objeto, assim como os meninos de rua que, para se protegerem contra a violência que sofrem e ter um lugar “tranqüilo” para dormir, andam em grupos. Por um lado, a escolha dos lugares públicos, tanto para se divertir como para evitá-lo irá depender da necessidade de cada um e como elas se relacionam com esses espaços. Até porque podes interagir com o espaço de duas maneiras: (1) envolvimento passivo – é quando não se tem uma implicação maior com o ambiente, sendo que o olhar é o sentido que mais sobressai; (2) envolvimento ativo – é quando se tem a necessidade de explorar o local para conhecer novas paisagens, ambientes e pessoas. Por outro lado, muitas vezes se quer fazer contato com um tipo de espaço público, mas estão restritos as regras e as regulamentações, os espaços públicos são os lugares onde ocorrem diversos tipos de reações e de violações. Por isso que quando o espaço público se torna o lugar dentro do processo de humanização é lugar digno da integridade humana.