Denúncias de discriminação por motivo religioso cresceram 4960% em cinco anos.Um dos alvos preferenciais são os terreiros da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro GABRIELE ROZA (AGÊNCIA PÚBLICA) Mãe Merinha foi bem rápida, amarrou um pano branco na roupa e colocou algunscolares fios-de-conta coloridos no pescoço. ‘‘O mais triste disso tudo é saber que eles não param’’,…
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: A CONSTRUÇÃO DE UM PROBLEMA PÚBLICO. Intolerância Religiosa. Jul/dez 2017
Sobre a intolerância religiosa. Revista Espaço Acadêmico – nº 203 – abril/2018. Aqui
Realização TV Escola. Programa Salto para o Futuro. 2017. 49 min.
Sinopse: Entre 2011 e 2015, o Brasil registrou 697 denúncias de intolerância religiosa, segundo dados da secretaria especial de direitos humanos. No ano passado, no entanto, os casos de intolerância cresceram muito: até setembro de 2016, o disque 100 registrou 300 denúncias de discriminação religiosa no país. De acordo com o relatório intolerância religiosa no Brasil 2016, uma parceria entre o centro de articulação de populações marginalizadas e a comissão de combate à intolerância religiosa, o segmento das religiões afro-brasileiras concentra o maior número de vítimas da intolerância religiosa. Cerca de 60% das denúncias registradas foram feitas por seguidores do candomblé e da umbanda. Ainda segundo os dados do Disque 100, em 2016, 35,39% das vítimas eram negros. Os brancos corresponderam a 21,35% e os indígenas, a 0,56%. No período, não faltaram casos em que a escola foi cenário de episódios de intolerância, preconceito e até violência. E é justamente para entender o papel da escola nesse cenário que o Salto para o Futuro discute este tema tão importante e atual.
A crescente onda de ataques a terreiros de candomblé e umbanda registrados no Rio de Janeiro, principalmente na Baixada Fluminense, representa um retrocesso da sociedade ao período escravocrata do país. Foi o que afirmou uma das representantes de religiões de matiz africana que participaram, na manhã desta quinta-feira (5), de uma audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Bruno Alfano, Luã Marinatto, Pedro Zuazo e Rafael Soares
Extra – 29/07/17
Os feixes de luz que, durante o dia, invadem o terreiro Ilê Axé Obá Inã, na Penha, Zona Norte do Rio, não têm nenhuma motivação decorativa ou espiritual. Os buracos nas telhas de alumínio, por onde os raios de sol invadem o local de culto, são reflexo do preconceito, manifestado na forma de pedras portuguesas lançadas recorrentemente sobre o espaço há pelo menos um ano e meio, perfurando o teto e a dignidade dos frequentadores — uma perseguição que não cessou nem com as denúncias à polícia. No terceiro dia da série de reportagens “Um Rio de ódio”, o EXTRA revela a marca da intolerância religiosa no estado, que em mais de um terço dos registros de ocorrência do gênero atinge seguidores da umbanda e do candomblé.