Maria Fernanda Garcia 21 de junho de 2019
As crianças vivem uma triste realidade no Brasil. Os números que mostram essa realidade são chocantes: 43,4% das crianças brasileiras vivem na pobreza. Além disso, segundo dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,8 milhão de crianças de 5 a 17 anos trabalhavam no Brasil em 2016. Desse total, 190 mil crianças tinham de 5 a 13 anos.
Para organizações como o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) e a Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil, os números reais são bem maiores, já que o IBGE mudou a metodologia na PNAD 2016 e excluiu das contas crianças e adolescentes que trabalham para o próprio consumo. Para o FNPETI, o número real é 2,4 milhões. Para a Rede Peteca, 2,7 milhões, com base na PNAD 2015.
O Brasil assumiu internacionalmente o compromisso de erradicar o trabalho infantil até 2025. No entanto, se permanecer no atual ritmo de combate ao problema, ele não alcançará esta meta, segundo o estudo ‘Trabalho infantil nos ODS’.
Bruna Ribeiro, jornalista e colaboradora da Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil, afirma que, para a erradicação do trabalho infantil acontecer, é necessário combater outras violações de direitos ligados a ele.
“É um problema estrutural. As políticas públicas não conversam entre si e não oferecem portas de saída para essas crianças e para as famílias em situação de vulnerabilidade. É necessário investir na educação, no combate às desigualdades”, pontua.
Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (Sinan), do Ministério da Saúde, revelam que foram registrados 43.777 acidentes de trabalho com crianças e adolescentes de 5 a 17 anos entre 2007 e 2018.
Neste período, o número de acidentes graves chegou a 26.365 casos, entre traumatismos, ferimentos e amputações. 662 crianças perderam uma das mãos devido às condições de trabalho.