2002.

Alerta que o a expressão “direito de propriedade de terra”, não tem o menor sentido para os povos indígenas, visto que é uma invenção ocidental e às vezes quando os indígenas são obrigados a aceita-la e para que possam preservar a sua identidade cultural. Recorda que os indígenas u’wa habitavam o norte da Colômbia a 3.000 e eram milhares, antes da chegados dos colonizadores espanhóis. Hoje, restam apenas 6.000 índios. Devido à reserva de petróleo que tem em seus territórios e também em nome do progresso e o desenvolvimento eles sofrem ameaças constantes, não somente de perderem as suas terras, mas, inclusive as suas próprias vidas. Desde 1995 o governo colombiano aprovou a exploração de petróleo pela multinacional norte-americana, Occidental Petroleum, ou como é conhecida, Oxy Corporation. Para os u’wa a exploração de petróleo é considerada uma atividade profana, pois faz sangrar a mãe terra, geradora de tudo que existe para a sobrevivência do ser humano. Além da falta de respeito aos hábitos culturais dos indígenas u’wa, a exploração de petróleo da Occidental Petroleum compromete a sobrevivência do território, uma vez que a poluição produzida é danosa para o meio ambiente e é irreversível e generalizada. As substâncias tóxicas correrão para os rios matando os peixes, principal alimento para os índios; haverá derrubadas de árvores para ceder lugar aos poços de petróleo. A decadência dos us’wa será alarmante, tal como a prostituição e o alcoolismo, sem esquecer dos índios que as defenderem seus territórios e seu povo morrerão pelos treinados esquadrões da morte. Um exemplo que serve para retratar a invasão da cultura branca aos indígenas, lembra o caso dos indígenas ghuahabis, que viviam na Laguna de Lipa, hoje completamente destruída de sua beleza natural, na região Arauca, que ao serem transferidos para bairros populares viraram mendigos e viciados. Considera que para o mundo moderno aqueles que não defendem o mercado global, a propriedade privada e o intercâmbio comercial, são considerados como atrasados, o que demonstra que o consumo desenfreado, a destruição do meio ambiente, dos povos e das culturas pouco importa para a mentalidade dita moderna. Como é sabido, e corretamente empregado, os indígenas u’wa acusam o homem tecnológico como sendo o principal responsável para destruição que está havendo. Tanto que é verdade, que o governo colombiano Andrés Pastrana, deslocou deste o mês de Janeiro, para atender os interesses da Occidental Petroleum, o exército e a polícia para fazer a repressão aos u’wa, que já resultou na morte de nove índios e o desalojamento deles. Por sua vez a companhia não faz nenhuma menção do relato, informa apenas que irá explorar outra área porque a produção de Caño Limón está caindo. Alerta que na modernidade o homem substitui os valores espirituais pelos materiais com o interesse de adquirir algo que dê prazer momentâneo.