Por André Zanardo, editor do Justificando
Na próxima segunda (23) em Nova York, acontecerá a reunião da cúpula do clima, um dia antes da 74˚ Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento foi convocado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres como uma forma de aumentar o diálogo entre os chefes de Estado e possibilitar que se amplie as expectativas dos compromissos com o meio ambiente.
À jornalista Ana Carolina Amaral, do Blog Ambiência da Folha de São Paulo, o enviado especial da secretaria-geral da ONU, Luis Alfonso de Alba afirmou que o Brasil teria sumariamente vetado de participar por não ter apresentado nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima.
Estima-se até agora que 63 países irão participar discursando no evento, que terá como um dos assuntos centrais de discussão as queimadas ocorridas na Amazônia. Conforme apresentado por Luis Alfonso Alba, também devem ser impedidos de participar os Estados Unidos, Arábia Saudita, Japão, Austrália e Coreia do Sul.
74˚ Assembleia Geral da ONU
Já sobre a Assembleia Geral da ONU que ocorre na terça (24), existe muita expectativa sobre a participação do Brasil que deve historicamente abrir com o discurso de abertura. Entretanto, existe muitas dúvidas sobre a participação do Presidente Jair Bolsonaro, que ainda não confirmou a participação devido ao boletim médico de autorização que deve ser esperado para sair nesta sexta.
As alegações oficiais do Planalto acusam que Bolsonaro está sob restrição médica e se recupera de uma cirurgia de hérnia desde o dia 8 de setembro. O médico do presidente, Luis Antonio Macedo afirmou que ainda não sabe se o presidente terá alta médica.
Caso o presidente não participe, será designado que Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores assuma o discurso inaugural.
Sob risco de protestos massivos e superexposição negativa da imagem de Bolsonaro, aliados mais próximos como a Deputada Carla Zambelli (PSL) , defendem que o presidente não compareça na próxima semana à Nova York. Já o presidente afirmou que comparecerá nem que seja de cadeira de rodas.
O clima que antecede os trabalhos prevê que o Brasil seja criticado por protestos nas ruas e nos discursos dos chefes de Estado durante o evento oficial. O motivo das críticas são o descompromisso do governo Bolsonaro com as pautas ambientais e ataques diplomáticos realizados contra autoridades internacionais.
André Zanardo é editor no Justificando, ativista pelos Direitos Humanos e advogado.