Edições Loyola, 2000
A partir de um apanhado conciso da história que abarca a espiritualidade cristã, traça uma panorâmica sobre os fundamentes que alicerçam as diversas escolas espirituais cristãs. Delineia o significado da palavra espiritualidade dentro do contexto cristão e judaico. No primeiro possui o sentido de levar uma vida segundo os designos de Deus, que remonta deste a patrística até a modernidade. No contexto judaico revela-se com o sentido duplo: (a) a força da vida individualizada já que ela é resultado da própria criação sagrada e (b) poder existente em Javé que se revela através de seu povo. Afirma que perante todos os séculos, o século XX foi marcado por guerras, pela explosão da bomba atômica, pela ida do homem a lua, pelas divisões dos blocos econômicos e culturais entre as diversas nações e com todos esses e outros conflitos a espiritualidade continuou e continua sendo uma realidade buscada e/ou rejeitada por muitos, mas nunca esquecida. Dentro das linhas que dão força e que se constituem como espirituais, no mundo moderno, as principais são: sentimento eclesial e comunitário, ânsia do absoluto, retorno às fontes da vida cristã, abertura ao mundo e engajamento. Adiciona que dentro dos movimentos que mais marcaram presença, ao que diz respeito à espiritualidade no mundo contemporâneo são: o americanismo, o modernismo, o problema místico, o litúrgico, o bíblico, o patrístico, o mariano, o ecumênico, o missionário e o leigo. Acredita que a relação entre Deus e o homem se dá de maneira sutil e delicada e que nesse relacionamento os gestos de Deus não se tornam um corpo estranho aos homens; a questão é aprender a ler os sinais imitidos por Ele. Ao saber ler os sinais, a vida das pessoas começa por ter um efeito tonificador que as leva naturalmente a em estado de bem estar físico e espiritual. Por que? Porque a na convivência com outros homens e mulheres que nasce a inspiração de amar e de servir ao próximo; daí surge o respeito, a tolerância e a paciência em suportar as dificuldades e as provocações que se apresentam na vida cotidiana. Contudo, acrescenta que levar uma vida que proporciona as disposições boas ou más irá depender única e exclusiva da opção feita pela pessoa, pois considera que o ser humano é consciência de si; um ser responsável pelo seu querer viver, pelo seu dinamismo. Como ele é um ser que possui a razão livre capaz de criar oportunidades infinitas de representação, possibilita experenciar o amor interpessoal. O ser humano não é apenas o corpo que possui; é um ser capacitado a pensar, a decidir e a amar plenamente; está apto a ser receptivo ou repulsivo; de tomar decisões ou não se responsabilizar por nada; tudo dependerá da escolha que faça, já que é um animal livre para agir e intervir. Classifica o termo maturidade como sendo o funcionamento pleno de todas as capacidades somáticas (ter um corpo são), psicológicas (ser capaz de ter discernimento frente à relação de si mesmo e com os demais) e espiritual (ter lucidez para reconhecer que em determinadas situações exigem a fé e com ela a presença do espírito de Deus) e o que é mais importante e fundamental: é a aptidão que uma pessoa possui para continuar crescendo (capacidade de cumprir seu dever; existência de boas relações interpessoais; capacidade de tomar decisões sem tergiversações excessivas e na paz) em todas as esferas de sua existência, mas que não significa dizer que se terá a ausência de conflitos. Elucida que a necessidade que se tem de se levar uma vida em torno da esfera espiritual, só tem sentido quando se em uma vontade sincera em se dirigir à santidade, sendo orientado por um guia e quando ambos estão centrados na experiência espiritual e para que um resultado expressivo surja é primordial que a relação entre diretor/dirigido se dê de maneira mais equilibrada e fraternal possível para que se possibilite a caridade, o conhecimento e a experiência.