Jul. 2002
Tem como alvo de investigação analisar a situação mundial, as eleições no Brasil, bem como a sua situação financeira e o Censo da distribuição da população por religião. Alerta que o poder econômico dos sete países mais ricos do mundo, sobretudo os EUA, estão impedindo que os países pobres e os emergentes fiquem sufocados e como forma de demonstrar essa realidade cita três fatos que constatou (1) A cimeira de Madri – é o esforço feito pelos países da União Européia para manter a sua hegemonia política, econômica e cultural na América Latina. Lembra que a Igreja Católica aproveitou a cimeira para expor a sua opinião acerca das relações entre a União Européia e a América Latina, através de um congresso realizado nos dias 13 e 14 de Maio que deve o tema “América Latina e União Européia: Juntos para o bem comum universal. Contribuição da Igreja”. O intuito foi o de propor a justiça e o bem comum para todos, proposta que foi apreciada por diversos políticos e por outros membros da sociedade civil. A Igreja pediu para que os membros da cimeira dessem prioridade ao social com o desenvolvimento econômico; combate a corrupção; proteção ao meio ambiente e a integração e cooperação mundial mais eficientes. (2) Monterrey – trata-se da Confêrencia das Nações Unidas sobre o financiamento do desenvolvimento realizado nos dias 18 a 22 de Março. Com a presença dos representantes do FMI, da ONU, do BM, da OMC, da ONGs, de empresários e representantes da sociedade civil que iriam direcionar a vida da metade da população mundial que está representada pela camada social dos pobres. Constatou que esse encontro causou um grande desapontamento, pois nada ficou decidido e não foi demonstrado nenhum interesse para a melhoria de vida dos mais necessitados e (3) o papel do FMI – esclarece que mesmo a situação do Brasil está melhor se comparada com seus vizinhos não equivale dizer que ele melhorou para a sua população. A grande preocupação dos credores não é a dívida que os países pobres têm, mas a crise generalizada que pode ocorrer, já que esses países estão completamente marginalizados pelo sistema financeiro internacional. Com relação ao processo eleitoral brasileiro, afirma que o domínio das oligarquias locais ainda é muito atuante. Nota-se também que as eleições de 2002 o predomínio do “malabarismo”, ou seja, os candidatos tentam se equilibrar em cima de suas propostas e marcaram as suas verdadeiras opiniões. Pouco se fala da dívida externa e da ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas) e quando são citadas se dá de maneira superficial. O processo sucessório traz à tona os escândalos financeiros, o tráfico de influencia, etc., devido à população brasileira ser pouco e mal informada e a baixa estima que tem, a mesma fica amedrontada com a possível vitória do candidato da oposição, Lula, vencer nas urnas, pois outros candidatos e mesmo o governo alertam que sua vitória seria o caos para o Brasil. Esclarece que o senso religioso de 2000 definiu a identidade religiosa dos declarantes, mas não sua prática, pois apenas indica sua opção. Lembra que a maioria esmagadora da sociedade brasileira era católica e que quando se tinha uma outra religião as pessoas eram vistas como diferentes ou estava separada da identidade nacional. Com a separação entre identidade nacional e identidade católica ninguém, sobretudo nos grandes centros urbanos, é mais discriminado, assim como os integrantes de outras religiões que sofriam discriminação e que por isso muitas das vezes escondiam suas crenças como é o caso dos adeptos das religiões afro-brasileiras (umbanda e candomblé), porém, o Brasil ainda continua sendo um país em que a maioria da população de seu território continua sendo cristã. Chama a atenção para o seguinte fato: não se deve acreditar piamente em dados estatísticos apenas por sua expressão numérica, mas deve se partir também para uma análise sociológica. Lembra que quando uma pessoa abandona a Igreja católica por uma outra igreja cristã, ainda se permanece dentro da mesma matriz religiosa, contudo quando uma pessoa declara que não tem religião, aí sim, pode-se considerar uma ruptura. Indica que a modernidade com sua ênfase no individualismo e do consumo desenfreado, o cristianismo e outras tradições religiosas vão perdendo espaço, na medida em que tais religiões apregoam a solidariedade e a participação na vida social. Assim sendo, se faz necessário refletir o mundo moderno, conjuntamente com todos os homens e mulheres que vivem as contradições e angústia a partir do diálogo, da compreensão e da solidariedade.