Mão na Mão
(Márcio Faraco)
As águas nos olhos do seu Francisco
O chão vermelho de Salvador
João e José juntos correm risco
Ela não voltou da noite de horror
Pobres, índios e negros na mira
São sempre os mesmos suspeitos
O menino corre, o drone atira
E a televisão diz: “bem feito!”
Ninguém solta a mão de ninguém
Eu sei que a noite será escura
Um longo caminho, de dor e procura
Mas não podemos nos perder
Vão nos ouvir, vão nos perseguir
Vão querer nos calar, vão nos reprimir
Vão delatar, vão espionar
Vão tentar dividir para conquistar
Quando o silêncio chegar
Querendo nos impedir
Nunca deixaremos de cantar
Mão na mão vamos resistir
Ninguém solta a mão de ninguém
Eu sei que a noite será escura
Um longo caminho, de dor e procura
Mas não podemos nos perder
Ninguém solta a mão de ninguém
Eu sei que a noite será escura
Um longo caminho, de dor e loucura
Mas não podemos nos perder
Ninguém solta a mão de ninguém
Ninguém solta a mão de ninguém