Julho de 1994

Esclarece que o sistema educativo verticalista faz com o corpo docente e os corpos discentes fiquem induzidos a obedecer sempre os superiores da hierarquia, o que dificulta o crescimento, o conhecimento e a responsabilidade de ambos. Isso porque, muita das vezes, o sistema autoritário leva as pessoas a se omitirem de sua responsabilidade, a ficarem com medo de crescer, de expressarem suas opiniões e suas identidades. Aponta para o fato de que uma classe de aula é composta de atores sociais que são os estudantes que no atual sistema hegemônico os alunos se comportam como filhos que só devem obedecer. Por sua vez, neste sistema, os professores funcionam como aqueles que detêm o conhecimento que podem ser passado ou não para os estudantes para que a sua identidade e auto-estima sejam afirmadas. Quando se diz que o docente “pode” isto significa que ele tem o poder, que tanto pode incluir como excluir os estudantes. Não que o professor seja o todo poderoso, mas nos sistema educacional de ensino hierarquizado permite esses dois lados. Acredita que os alunos não podem ser tratados de maneira equalizada, visto que eles não são iguais por diversos fatores, entre os quais a classe social a que pertencem. Por isso mesmo, os educadores têm que criar espaços educativos que favoreçam o diálogo, o saber escutar a si mesmo e aos outros para que não os estudantes não desenvolvam o autoritarismo que é típico do individualismo e do narcisismo. O saber olhar, inclusive o que não se vê , evita-se a violência invisível do poder que com falsidade denigra a imagem dos outros, sobretudo se ele for diferente dos demais. Assim, é de extrema importância romper com o modelo homogêneo e apostar na abertura para o diversificado, o diferente, utilizando-se de uma estratégia não excludente. Enfatiza que todos os debates sobre os excluídos e os pobres as esferas mais enfatizadas são os contextos sociais e os econômicos e quase nunca os ambientais e são essas populações que mais sofrem com tais problemas, já que vivem em um ambiente mais inapropriado, zonas marginais e com serviços comunitários mínimos. Diz que a Comissão Latino-americana de Desenvolvimento e Meio Ambiente afirmava que não haverá desenvolvimento sustentável na América Latina e no Caribe enquanto persistir a pobreza dessas populações e o desenvolvimento deve inserir a viabilidade ecológica com prioridade ao desenvolvimento humano. Sabe-se que os grupos mais pobres se aglomeram nas periferias das cidades, o que já indica um tipo de marginalização espacial. Geralmente, diversas indústrias estão localizadas nestas áreas, facilitando um ambiente poluído, sobretudo ao que diz respeito ao consumo de água. As áreas de exclusão ecológica apresentam características bem parecidas, tais como: a topografia não é adequada para a agropecuária e urbanização; são áreas que constantemente sofrem inundações; deslizamentos de terra em que se sucedem catástrofes; essas áreas não têm acessos a água potável. Por esses motivos às condições de saúde e nutrição são ruins. Os grupos dos excluídos ambientais estão enquadrados no setor informal sem proteção trabalhista nenhuma, mas por outro lado, eles têm desenvolvido suas próprias tecnologias como forma de solucionar os problemas que possuem. Todas as relações que excluem as pessoas e o meio ambiente não têm respeito à vida humana, dos animais e das plantas. Acredita que para solucionar os problemas que afligem o meio ambiente é necessária a erradicação da pobreza e da exclusão para que se permita uma melhor qualidade de vida para as pessoas e uma melhor conservação da natureza. Para que isso se torne realidade é necessário que os governantes tenham uma prática política que solucionem os problemas que envolvem a dívida externa, o financiamento para o desenvolvimento, um investimento maior na tecnologia e repensar um novo modelo de desenvolvimento para que não hajam mais excluídos. Propõe que as instituições educativas avaliem eticamente junto com os estudantes o que se pode fazer para reverter essa situação e que tipos de ações os alunos podem praticar para a solução dos problemas que afligem as suas realidades.