A pandemia de Covid-19 que assola o mundo atualmente impacta com muita força nos direitos humanos, atingindo mais fortemente grupos e populações que vivem, historicamente, em condição de maior vulnerabilidade.

A crise tem exigido dos Estados e Governos uma atenção séria, coordenada e  equilibrada,  com  ações  rápidas  e  eficazes  para  salvar  vidas  e  conter  a pandemia.  No entanto, há no Brasil um  descompasso  entre  os  governos locais e federal, assim como entre as orientações de instituições técnicas e as declarações públicas e medidas adotadas pelo Presidente da República.

De  um  lado,  o  Ministério  da  Saúde  tem  feito  um  esforço  para  acatar  as recomendações  e  orientações  técnicas  emitidas  pela  Organização Mundial da Saúde (OMS) e, de outro, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, tem mantido  uma  postura  irresponsável  de  negar  ou  minimizar  a  situação  de emergência  de  saúde  pública  internacional.  O  presidente  tem  propagado informação  infundada  e  sem  embasamento  científico,  desrespeitado  as orientações  de  isolamento  social,  indo  ao  encontro  físico  com  grupos  e aglomerações  de  pessoas,  e  feito  pronunciamentos  públicos  em  cadeia nacional contra o isolamento social horizontal e em defesa de medicamentos sem eficácia comprovada.

Diante a inércia do Poder Executivo Federal, as medidas de enfrentamento à pandemia,  como  normas  sobre  isolamento  social,  têm  sido  adotadas  em âmbito local, por governadores e prefeitos.

Dessa  forma,  ao  invés  de  zelar  pela  proteção  da  população,  o  chefe  do Poder  Executivo  Federal  tem  concretamente  exposto  a  população  ao fomentar aglomerações e participar delas, assim como tem comprometido a eficácia das orientações de isolamento. Além disso, o Governo Federal tem questionado judicialmente as autoridades locais que adotaram providências enérgicas de combate à disseminação do novo coronavirus e aproveitado a oportunidade  para  enfraquecer  ainda  mais  a  rede  de  proteção  social  de trabalhadores e trabalhadoras.

Neste sentido, as organizações abaixo signatárias, somam-se a outras ações e vozes, para insistir perante a comunidade internacional que:

É  necessário  que  todas  as  medidas  adotadas  no  país  para  conter  a disseminação do COVID-19 e tratar as pessoas enfermas estejam orientadas para  a  proteção  de  todos  os  direitos  humanos  de  todas  as  pessoas,  em especial  dos  grupos  e  populações  mais  vulneráveis,  como  as  mulheres, idosos,  crianças,  encarcerados,  migrantes,  pessoas  em  situação  de  rua,

pessoas  com  deficiência,  povos  indígenas  e  povos  e  comunidades tradicionais,  grupos  e  comunidades  das  periferias,  população  negra, população LGBTIQA+ entre outros;

É  fundamental  que  as  autoridades  públicas  responsáveis  pelas  ações  de enfrentamento à pandemia de Covid-19 no país preservem e fortaleçam o SUS  e  sigam  as  recomendações  técnicas  e  científicas  dos  órgãos internacionais de direitos humanos e, em especial, da Organização Mundial da Saúde;

Em observância às recomendações da Alta-Comissária das Nações Unidas para  os  Direitos  Humanos,  de  diversas  Relatorias  Especiais  da  ONU,  da Organização Mundial de Saúde, da Organização Internacional do Trabalho e da  Comissão  Interamericana  de  Direitos  Humanos,  é  fundamental  que  a proteção à dignidade e aos direitos humanos estejam no centro de todas as ações do Estado, em todos os níveis, federal, estadual e municipal, e nos três  poderes, Executivo,  Legislativo  e Judiciário,    e  que  a  crise  provocada pelo  novo  coronavírus  não  seja  utilizada  para  violar  direitos  laborais  ou outros direitos humanos;

Que  o  Estado  brasileiro,  sendo  signatário  de  documentos  jurídicos  que  o vincula  ao  sistemas  internacionais  de  direitos  humanos  da  ONU  – Organização  das  Nações  Unidas  e  da  OEA  –  Organização  dos  Estados Americanos, cumpra com suas obrigações e compromissos em matéria de direitos  humanos,  com  especial  destaque  para  o  Protocolo  Adicional  à Convenção  Americana  sobre  Direitos  Humanos  em  Matéria  de  Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – Protocolo de São Salvador, incorporado ao ordenamento  jurídico  através  do  Decreto  nº  3.321  de  30  de  dezembro  de 1999.  Assim,  ao  invés  de  desacreditar  os  Organismos  Internacionais,  é necessário  que  o  Brasil  reafirme  o  seu  compromisso  com  as  obrigações assumidas  perante  a  comunidade  internacional  mediante  assinatura  e ratificação dos tratados internacionais de proteção de direitos humanos;

É urgente que o Estado brasileiro garanta e viabilize concreta e rapidamente o acesso a uma renda mínima a todas as pessoas em situação de miséria e pobreza no país, bem como às/aos trabalhadoras/es, que encontram-se em situação de vulnerabilidade agravada pela atual crise econômica decorrente da crise sanitária;

É  fundamental  que  o  Estado  brasileiro  fortaleça  o  investimento  público  e garanta todos os direitos fundamentais da população, exigindo-se, para isto, a revogação imediata da EC 95/2016 e de todas as medidas que impedem a progressividade  na  disponibilização  de  todos  os  meios  para  fazer  frente  à pandemia. Faz-se também imperativo que o governo  reoriente a economia do  país  priorizando  os  trabalhadores  e  trabalhadoras  e  faça  justiça  social adotando  medidas  administrativas  e  tributárias,  para  que  haja desconcentração  de  renda  e  os  mais  ricos  contribuam  mais  para  a superação da crise e suas consequências.

Que o Estado  brasileiro,  através  de  todos  os  seus  poderes,  Executivo, Legislativo  e  Judiciário,  atue  com  transparência,  fazendo  a  prestação  de contas pública da situação, informando amplamente a população, de modo a viabilizar a adesão às medidas, inclusive mantendo e ampliando a qualidade da informação disponibilizada por meio da Lei de Acesso à Informação;

Que  o  parlamento  brasileiro,  funcionando  por  meios  eletrônicos,  garanta condições  de  transparência  das  discussões  e  votações  e  o  acesso  da sociedade civil aos processos de elaboração normativa por canais de ampla participação, ainda que nos meios eletrônicos;

Que  o  Poder  Judiciário,  mais  do  que  nunca,  cumpra  o  seu  papel  de garantidor dos direitos, sobretudo, das pessoas e grupos mais vulneráveis;

Assim,  é  urgente e  necessária  a  suspensão  de  despejos  e  remoções  que podem  aumentar  a  vulnerabilidade  das  pessoas  afetadas  e  impedir  o cumprimento das medidas sanitárias de combate à pandemia;  É necessário zelar pela saúde e segurança das pessoas em situação de rua e privadas de liberdade,  priorizando  medidas  alternativas  de  cumprimento  de  pena  e  de medidas cautelares;

Que sejam criados comitês nacional e estaduais de gestão da crise com a participação  da  sociedade  civil,  especialmente  os  Conselhos  de  políticaspúblicas, notadamente dos campos da saúde e dos direitos humanos;

Considerando  que  o  combate  à  pandemia  requer  um  esforço  coletivo  de amplitude global, as entidades signatárias conclamam aos Organismos e à comunidade  internacional  para  que  chamem  o  Estado  brasileiro  à responsabilidade,  exortando-o  a  respeitar  as  recomendações  das autoridades  de saúde  internacionais e nacionais,  em  respeito  à  população brasileira e internacional, sob pena de responsabilização por crimes contra a humanidade;

Não se faz a proteção da saúde e da vida sem o cuidado com a proteção dos direitos  humanos  de  todas  e  todos.  Todas  as  vidas  valem  e  devem  ser cuidadas,  sempre  com  maior  atenção  àquelas  que  estão  em  condição  de maior precariedade e vulnerabilização em  decorrência da  desproteção dos direitos humanos. É hora de proteger e cuidar!

Assinam:

Articulação Brasileira de Gays – ARTGAY

Articulação  Brasileira  de  Jovens  Gays,  Lésbicas,  Bissexuais,  Travestis  e

Transexuais – ArtJovem LGBT

Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL

Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil – AMDH

Artigo 19

Assembleia de Deus Ministério Primavera – ADEMP/PI

Associação Agroecológica Tijupa

Animação dos Cristãos do Meio Rural do Munim

Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos – ABGLT

Associação Brasileira de Saúde Mental – ABRASME

Associação  Comunitária  de  Desenvolvimento  Econômico,  Sócio  Cultural,

Educativo e Agrícola de Baixa Grande do Ribeiro – ACODE/PI

Associação das Costureiras do Dirceu II

Associação das Mulheres do Bairro São Joaquim

Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente – AMENCAR

Associação  de  Conselheiros  e  Ex  Conselheiros  Tutelares  do  Estado  do Piauí – ACONTEPI

Associação de Pesquisa Xaraiés

Associação dos  (as) Amigos(as) do Centro  de Formação  e  Pesquisa Olga Benário Prestes – AAMOBEP

Associação dos Grupos Educativos de Batalha – PI

Associação dos Produtores de Artesanato de Teresina – ASPROARTE

Associação  dosPsicultores  e  Produtores  Rurais  de  Ribeiro  Gonçalves  –APIRG/PI

Associação dos Retireiros do Araguaia

Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso – AEEC-MT

Associação Evangélica Piauiense – AEPI

Associação Interdenominacional de Pastores – ASSIPI/PI

Associação Juízes para a Democracia – AJD

Associação  Nacional  de  Direitos  Humanos,  Pesquisa  e  Pós-graduação  – ANDHEP

Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA

Associação  para  o  Desenvolvimento  Comunitário  de  Ribeiro  Gonçalves  – ADEC/PI

Associação Sociocultural Fé e Vida

Brigadas Populares

Campanha Nacional pelo Direito a Educação

Cáritas Diocesana do Brejo

CDES Direitos Humanos

Central de Cooperativas Unisol Brasil

Centro Burnier Fé e Justiça – CBFJ

Centro de Assessoria e Apoio a Iniciativas Sociais – CAIS

Centro de Defesa da Cidadania e dos Direitos Humanos Marçal de Souza Tupã i – MS

Centro de Defesa da Criança e Adolescente – Proame

Centro de Defesa de Direitos Humanos – Col

Centro de Defesa de Direitos Humanos Elda Regina

Centro de Defesa de Direitos Humanos Heróis do Jenipapo

Centro de Defesa de Direitos Humanos Nenzinha Machado

Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra – CDDH Serra

Centro de Defesa dos Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno – Marapé

Centro  de Defesa  dos Direitos  Humanos  e  Educação Popular  do  ACRE  – CDDHEP

Centro de Defesa dos Direitos Humanos Pedro Reis – CDDH Pedro Reis

Centro de Defesa dos Direitos Humanos Teresinha Silva

Centro de Defesa e Promoção dos Direitos da Cidadania de Santa Quitéria

Centro de Direitos Humanos de Barreirinhas

Centro de Direitos Humanos de Londrina – PR

Centro de Direitos Humanos de Sarandi – PR

Centro de Direitos Humanos Dom Máximo Biennes – MT

Centro de Direitos Humanos Dom Pedro Casaldaliga – MT

Centro de Direitos Humanos e Memória Popular – CDHMP

Centro de Direitos Humanos Henrique Trindade – CDDHHT

Centro de Educação e Assessoramento Popular – CEAP

Centro de Estudos, Pesquisa e Ação Cultural – CENARTE

Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos – Caxias do Sul/RS

Centro de Pastoral para Migrantes – COM

Centro  de  Promoção  da  Cidadania  e  Defesa  dos  Direitos  Humanos  Pe. Josimo – Imperatriz-MA

Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social – CENDHEC

Centro Dom José Brandão de Castro – CDJBC

Centro Estadual de Educação em Direitos Humanos do Piauí

CírculoPalmarino

Coletiva As Outras Amélias

Coletiva Militância Materna

Coletivo de Afroativistas da América Latina

Coletivo de Jovens Negras Acotirene

Coletivo de Mulheres Defensoras de Direitos Humanos

Coletivo Plural Feminino

Coletivo QG Feminista

Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB – CBJP/CNBB

Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo – CDHPF

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 1a Região / DF

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 21a Região / PI

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 20a Região / AM e RR

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 11a Região / CE

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 23a Região / TO

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 19a Região / SE

Comissão de Direitos Humanos dos Conselho Regional de Psicologia da 8a Região / PR

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia da 17a Região / RN

Comissão Pastoral da Terra – CPT MT

Comissão Pastoral da Terra – CPT Nacional

Comitê  da  América  Latina  e  do  Caribe  para  a  Defesa  dos  Direitos  das Mulheres – CLADEM Brasil

Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduino

Comitê Popular do Rio Paraguai

Conselho Indigenista Missionário – CIMI MT

Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs no Brasil – CONIC

Coordenadoria Ecumênica de Serviços – CESE

Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE

Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE/ES

Federação Nacional de Estudantes em Ensino Técnico

FIAN Brasil

Fórum da Amazônia Oriental – FAOR

Fórum de Direitos Humanos e da Terra – FDHT MT

Fórum de Mulheres do Mercosul Seção Lages – SC Capítulo Brasil

Fórum Ecumênico ACT Brasil – FE ACT Brasil

Fórum Gaúcho de Saúde Mental

Fórum Gaúcho de Saúde Mental – FGSM

Fórum Grita Baixada

Fórum Inter-religioso e Ecumênico do RS

Fórum Justiça no Rio Grande do Sul

Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – Formad

Frente de Mulheres do Cariri

Frente pela Legalização do Aborto

Fundação de Defesa dos Direitos Margarida Maria Alves

Fundação Luterana de Diaconia / Conselho de Missão entre Povos Indígenas / Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (FLD-COMIN-CAPA)

Fundação Nereu Ramos – FINER

Grupo de Mulheres Negras NzingaMbandi

Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte – GPEA, UFMT

Grupo Unificado de Apoio a Diversidade Sexual de Parnaíba – GUARÀ

Instituto Braços

Instituto Brasil Central – IBRACE

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE

Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico – IBDU

Instituto Caracol – ICA

Instituto Dakini

Instituto de Desenvolvimento e Direitos Humanos – IDDH

Instituto de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais – IDHESCA

Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC

Instituto de Pesquisa Direitos e Movimentos Sociais – IPDMS

Instituto Gentes de Direitos – IGENTES

Instituto José Ricardo – Pelo bem da Diversidade

Instituto José Ricardo – Pelo bem da Diversidade

Instituto Samara Sena – ISENA

Instituto Silvia Lane – Psicologia e Compromisso Social

Instituto Terramar – CE

Jornalistas Livres

KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço

Liga Brasileira de Lésbicas – LBL

Marcha Mundial de Mulheres – SC

Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas

Movimento de Mulheres Campo e Cidade do Pará

Movimento de Mulheres Olga Benario

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento Luta de Classes

Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH

Movimento Nacional de Luta Antimanicomial

Movimento Nacional Mães pela Igualdade

Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos – NERU

Núcleo Interdisciplinar  de  Estudos  e  Pesquisas  em  Direitos  Humanos  da Universidade Federal de Goiás – NDH/UFG

Observatório da Educação Ambiental – Observare

Observatório da Juventude

Observatório da Violência Obstétrica no Brasil

Ocupação Baronesa, Centro de Referência Afroindigena do RS

ODH Projeto legal

Comissão de Direitos Humanos dos Conselho Regional de Psicologia da 7a Região / RS

ONG LGBTI

Plataforma Dhesca Brasil

Processo de Articulação e Diálogo Internacional – PAD

Programa  de  Pós  Graduação  Interdisciplinar  em  Direitos  Humanos da  Universidade Federal de Goiás

Rede Afro LGBT

Rede Ambiental do Paiauí – REAPI

Rede CANDACES

Rede feminista de saúde, direitos sexuais e reprodutivos – RFS

Rede Gay Brasil

Rede Internacional de Educação Ambiental e Justiça Climática – REAJA

Rede  Lésbica  Brasil  de  ativistas  e  pesquisadoras  Lésbicas  e  Bissexuais  do Brasil

Rede Mato-grossense de Educação Ambiental – REMTEA

Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência

Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial – RENILA

Serviço de Paz – SERPAZ

Sindicato dos Trabalhadores Telefônicos de Mato Grosso – SINTTEL MT

Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH

SOS Corpo – Instituto feminista pela Democracia

Terra de Direitos

Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos