Agora o Conselho de Ética vai analisar se abre ou não o processo contra as parlamentares. Elas poderão ser punidas com advertência ou censura.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto (PMDB-MA), acolheu nesta quarta-feira (12) denúncia contra as senadoras da oposição Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) , Lídice da Mata (PSB-BA), Fátima Bezerra (PT-RN), Ângela Portela (PDT-RR) e Regina Sousa (PT-PI). Elas ocuparam a mesa do plenário nesta terça (11) durante análise da reforma trabalhista.
Com isso, o Conselho deverá analisar o pedido de abertura de processo na próxima sessão do colegiado, que ainda não tem data marcada. Se o caso for aberto, as senadoras poderão ser punidas com advertência ou censura.
A representação contra as senadoras foi apresentada ao Conselho de Ética nesta terça-feira (11) pelo senador José Medeiros (PSD-MT) e contou com a assinatura de 14 parlamentares.
Ocupação
As senadoras oposicionistas se sentaram nas cadeiras da Mesa Diretora no Senado no início da sessão, aberta no fim da manhã da terça, para analisar a reforma trabalhista. Contrárias ao projeto, elas aproveitaram para repassar a palavra para senadores que iriam criticar o texto.
Quando o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), chegou ao plenário e quis ocupar a cadeira da presidência, as senadoras não deixaram. Elas alegaram que só liberariam o local se o Senado votasse destaques ao texto da reforma defendidos pela oposição. Eunício suspendeu a sessão, as luzes do plenário foram desligadas e as senadoras mantiveram a ocupação até o meio da tarde.
Para o presidente do Conselho de Ética, há “indícios de quebra de decoro” por parte das senadoras, o que justifica a análise do caso pelo colegiado.
Caso Aécio
No último dia 23 de junho, o presidente do Conselho de Ética decidiu arquivar uma representação dos partidos Rede e PSOL que pedia a cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Aécio foi denunciado pelo Ministério Público que afirma que o tucano pediu e recebeu propina de R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo JBS.
Na ocasião, João Alberto afirmou que não havia provas suficientes para processar Aécio Neves. A decisão do peemedebista foi ratificada pelo Conselho e o caso foi definitivamente arquivado.