UNIJUÍ, 2000.
Mostra que o grande problema da atualidade está no desemprego que é considerado como um fenômeno gigantesco, pois existe um número significativo de pessoas que querem trabalhar, mas não conseguem emprego, o que significa mais informalidade, mendigos e camelôs nas ruas e uma latino-americanização dos mercados europeus e americanos e a América Latina sofre um sério risco de caminhar para uma africanização. Denuncia que mesmo com todas as conquistas alcançadas pelas mulheres, elas continuam com o seu salário inferior se comparados com os dos homens e trabalhando tanto quanto eles. Essa realidade muda de maneira brusca o chamado Estado de bem estar social, mudança no papel das instituições e uma desconfiança sem par sobre o parlamento em escala mundial. Esse quadro de mudança global afeta o sistema de formação de mão-de-obra que não é mais o mesmo. Lembra que na década de 70, os profissionais da educação vivenciaram o fenômeno denominado de “teoria do capital humano” (considerada uma grande ilusão da época) que partia da premissa sobre a necessidade da escolarização para o cidadão para que ele fosse capaz de inserir no novo mercado de trabalho. Indica que a grande falha da teoria do capital humano foi associar a obtenção de uma formação que garantisse uma boa remuneração no mercado de trabalho, ou seja, surge um corte entre a formação e a remuneração, já que a formação básica é cada vez maior e essa realidade não tem nenhuma ligação necessariamente direta com a remuneração. Com as mudanças ocorridas no mercado e na relação de trabalho, volta-se a discussão da maneira pela qual a escola deve oferecer ao cidadão as condições básicas para ele se tornar trabalhador. Cada vez mais a formação para o mercado de trabalho, vai está centrada no treinamento no trabalho e educação continuada, a extensão, porque o sistema está exigindo formação continuada por toda a vida. Indica que os agentes sociais não devem ficar imóveis perante as mudanças bruscas e velozes que estão ocorrendo em escala mundial, porque se assim for, cada vez mais pessoas ficarão excluídas da sociedade e, como sempre, só uma minoria dera direito à participação, em todos os seus níveis. Caso isso venha ocorrer o mundo poderá se tornar a República, idealizada por Platão, onde que está dentro do sistema está bem, gozando plenamente da cidadania, no entanto a maioria esmagadora da população fica fora vivendo na miséria e escrava dos “cidadãos”. Explica que o BIRD (Banco Mundial) foi criado juntamente com o FMI (Fundo Monetário Internacional) no ano de 1944, com a finalidade de auxiliar os países europeus arrasados com a guerra e quando foi finalizada esta tarefa passou a monitorar os paises do Terceiro Mundo. É um órgão financeiro responsável por empréstimos no setor social. Os recursos que ele aplica na educação fazem parte da nova dívida externa brasileira e é, hoje, o grande articulador da dívida externa em escala mundial e também um grande auxiliar do governo americano em sua política externa. Considera que o Banco Mundial influencia a política social brasileira, já que mediante aos empréstimos tomado impõe ao país determinadas condições, isto é, os acordos são tomados a partir de uma série de negociações que têm que ser aceitas pelo governo brasileiro. Por exemplo, nos anos 70, o Banco Mundial considerou prioritário para os países em desenvolvimento a educação primária como o nível escolar a ser privilegiado, sobretudo para as grandes massas, pois é sabido que o interesse maior era o de inserir a mulher no mercado de trabalho e conseqüentemente diminuir o número de filhos. O Banco Mundial também sabia que o mercado de trabalho seria cada vez mais restrito, daí o seu interesse voltado para o investimento e uma política seletiva na área de educação.