Cuadernos de sociedad y Educación, nº 15, 2001.
Ao abordar o tema acerca da identidade, afirma que é ela que possibilita de se constituir o indivíduo e a maneira pela qual ele irá se relacionar com os outros. Desse modo enriquece as idéias na medida em que proporciona as instituições de ensino um processo educativo que possibilita superar a perda da identidade nacional que é tão comum na América Latina e no Caribe. Encara com preocupação certas concepções de construção de identidade que só levam em conta um único ângulo de visão desprezando os demais, o que leva a um tamanho reducionismo. O mais importante é partir dos dados culturais, e não apenas dos étnicos para se encontrar os fundamentos das identidades, pois o reconhecimento da identidade passa pelo conhecimento e reflexão dos elementos que irão sustenta-la e como ela se dá de maneira muito complexa o seu enfoque deve ser interdisciplinar. É preciso confrontar o discurso especializado com o modo de ver, de sentir e de entender a partir do cotidiano dos indivíduos e dos grupos. Como a identidade nacional está vinculada as pessoas e aos povos e é por isso que ela também se integra à temática dos direitos humanos que foi promulgado no ano de 1948 pela Organização Mundial das Nações Amigas. Denuncia que os abusos cometidos pelas nações desenvolvidas contra os direitos das nações pobres ainda são muito gritantes. Os países mais poderosos se dão o direito de desrespeitar os tratados e os acordos internacionais quando esses não lhe importam ou irão mexer com os seus interesses. Assim, o fortalecimento e um olhar mais aguçado nos direitos humanos possibilitará o direito à identidade já que tal direito é inviolável a todas as pessoas e ele pode ser reivindicado a partir de diferentes nuances, visto que não pertence a nenhum povo específico, mas a toda humanidade por inserir os direitos individuais, sociais, políticos, culturais e econômicos, logo o não reconhecimento ou o desrespeito à identidade fere os indivíduos e aos povos, subtraindo-lhes o direito a uma vida digna e diminuindo suas possibilidades à pluralidade e a riqueza. Entende que a identidade de um povo se passa pelo autoconhecimento da subjetividade e da objetividade de todos os indivíduos, já que concebe suas tradições, cultura, estilo de vida, crenças religiosas que conduzem os seres humanos na vida, sem esquecer o fato de que a identidade não se limita apenas aos aspectos da subjetividade, pois ela, a identidade, comporta os elementos criativos, afetivos e um sentimento de pertencer a um grupo, o que causa satisfação que conseqüentemente leva as pessoas a terem compromissos e participação em suas práticas sócio-culturais. Considera que a identidade é uma experiência que se situa histórica e geograficamente, pois implica a convivência com determinados grupos humanos, climas e paisagens que irão influenciar de maneira direta na cultura de um determinado povo, já que vão desenvolvendo hábitos e costumes específicos com matizes regionais e individuais. Considera quatro aspectos fundamentais como via para desenvolver a identidade a partir do âmbito educativo. São eles: (I) o que resistimos em nós mesmos; (II) aquilo que admitimos como nosso; (III) o que queremos ser e (IV) o que admitimos como positivo ou como indiferente. Considera a escola como uma instituição primordial para a manutenção dos valores dos símbolos pátrios que contribuem para o desenvolvimento da identificação e o sentido de pertencer a uma comunidade, a qual representa um componente constitutivo para a aquisição da segurança tanto pessoal como social. Desse modo, para uma verdadeira formação cívica, cumpre a escola a recuperação desse desempenho e é claro com o devido cuidado e medida, para que não se caia no nacionalismo cego, no puro racionalismo e nem tampouco ficar preso a um complexo terceiro-mundista que irão deturpar o sentido simbólico da pátria e de uma boa educação cívica. Clarão está que necessário é, antes de tudo, um claro entendimento do significado de um símbolo, para que se possa compreender o significado de cada um de seus elementos. Aprecia a literatura como a expressão estética verbal que expressa de maneira apropriada como trabalhar a identidade, já que ela representa o veículo do mundo interior, as emoções e os sentimentos da cultura dos indivíduos e dos povos. É de acordo comum considerar que dentro do universo literário há diversas correntes poéticas que expressam maneiras outras analisar a situação de seu país ou mesmo do mundo, apontando para os seus problemas de desigualdades, a luta de seu povo para autonomia nacional, sem deixar de lado a sensibilidade, a musicalidade e a criatividade figurativa, fazendo ouvir as multiplicidades de vozes que expõe e discutem sua identidade.