Para combater o capacitismo, a plataforma Autismo e Realidade, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, desmentiu seis informações falsas sobre autismo

Estima-se, com base em uma pesquisa do CDC sobre o espectro autista nos Estados Unidos, que existem 6 milhões de autistas no Brasil. E devido à falta de conhecimento sobre o transtorno, junto ao preconceito, as pessoas diagnosticadas com TEA são alvos do capacitismo. 

“As capacidades e potencialidades dos indivíduos atípicos sofrem com pré-julgamentos direcionados à expectativa social. Frases como: ‘Você está tão autista hoje’ ou ‘Você nem parece autista’ denotam, respectivamente, discriminação por dificuldades na interação social e padrão visual para autistas”, explica Yasmine Martins, neuropsicóloga do Instituto PENSI.

Com o papel de disseminar conhecimento de qualidade e acessível para todos os interessados no tema, o Autismo e Realidade, da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, desmentiu seis pensamentos e atitudes capacitistas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Autismo não passa com o tempo. Embora possua diferentes formas de tratamento, o transtorno é permanente. E diferente do que muitas pessoas acreditam, uma pessoa com TEA não é doente. O preconceito ou a falta de informação podem levar as pessoas a agirem de forma capacitista; em outubro de 2023, a vereadora do município de Arcoverde (PE), Zirleide Monteiro, afirmou que ter um filho com TEA é um “castigo de Deus”. 

Outro reflexo do capacitismo é chamar alguém de autista para ofendê-lo. Autismo não é adjetivo. A ação reforça o estereótipo de que pessoas diagnosticadas com TEA são inferiores e incapazes de exercer tarefas cotidianas. A discriminização de pessoas com deficiência é crime no Brasil.

É comum que crianças atípicas passem por crises em locais públicos, na escola ou até mesmo em casa e, por não conseguirem conter seus sentimentos em momento de irritação, são julgadas por tal comportamento. Autista em crise não é sinal de falta de educação. Em novembro do ano passado, um jovem de 15 anos com TEA teve o braço quebrado por um professor durante uma crise. O docente alegou que estava tentando conter o adolescente, porém autismo não se cura com violência.

Além disso, autistas são pessoas com deficiência e devem ter seus direitos assegurados. Isso inclui a prioridade no atendimento em locais públicos, o acesso à educação e à proteção social, ao trabalho, diagnóstico precoce aos e tratamentos e medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A disseminação de informações sobre o Transtorno do Espectro Autista contribui para o alcance dos ODS 3 e 10, metas da Agenda 2030 que promovem saúde e redução das desigualdades.

Fonte: https://observatorio3setor.org.br/noticias/conheca-6-fake-news-sobre-autismo-para-deixar-no-passado/