Eduardo Carvalho e Hélio Junio Rocha Morais também tinham parte na aplicação do Enade e do Encceja. Enem está previsto para acontecer em 21 e 28 de novembro.
Por Emily Santos e Ana Carolina Moreno, g1 e TV Globo — São Paulo
O coordenador-geral de exames para certificação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Eduardo Carvalho, e o coordenador-geral de logística da aplicação, Hélio Junio Rocha Morais, pediram exoneração de suas funções, de acordo com a CNN Brasil.
Os cargos estão diretamente ligados à aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que está previsto para acontecer nos dias 21 e 28 de novembro.
Além desta avaliação, os coordenadores também tinham parte na aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).
As exonerações acontecem cerca de um mês e meio após o pedido de demissão de Daniel Miranda Pontes Rogério, então diretor de tecnologia do Inep, responsável pelo Enem digital. Rogério foi posteriormente substituído por Roberto Santos Mendes.
De acordo com os documentos aos quais o g1 teve acesso, o pedido de exoneração de Carvalho passou a contar a partir de 1 de novembro e o de Morais foi assinado nesta sexta-feira (5).
Os documentos foram disponibilizados no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), alimentado pelo órgão.
Procurados pela reportagem, Eduardo Carvalho pediu para retornar a ligação, mas não respondeu às tentativas de contato e Hélio Morais preferiu não se manifestar.
O Inep não respondeu às tentativas de contato até a última atualização desta reportagem.
‘Falta de comando técnico’ no planejamento do Enem
A exoneração dos coordenares acontece um dia após uma assembleia dos servidores do Inep que denunciaram o risco de prejuízos durante a prova do Enem 2021 por suposta “falta de comando técnico” da presidência do Inep.
Durante o ato que tomou lugar em frente ao prédio do instituto, em Brasília, um grupo de funcionários denunciou que a atual gestão promove um “clima de insegurança e medo”.
De acordo com os relatos dos servidores, a aplicação das provas do Enem – marcadas para daqui a pouco mais de duas semanas – está sendo elaborada sem a atuação das Equipes de Incidentes e Resposta (ETIR), por decisão “arbitrária e unilateral” de pessoas com cargos de chefia, ligadas à presidência do instituto, comandada por Danilo Dupas.
O grupo que fez o protesto conta que os técnicos do Inep não estão sendo ouvidos. A Associação dos Servidores (Assinep) disse que vai enviar um relatório de denúncias sobre os problemas para os parlamentares federais.