Centro Desarrollo Humano y Creatividad, 2003.
Concorda com o fato de que é preciso a utilização de uma metodologia específica para que se possa entender a evolução e a relação dos conceitos para que se possa ter e fazer uma reflexão mais profunda acerca da realidade. Assinala que a moral, durante muitos séculos, ficou atrelada a igreja, só mudando a configuração a partir do século XVIII. Como é sabido por todos, a sociedade exige que os indivíduos cumpram com os seus deveres, contudo não se pode esquecer que esses mesmos indivíduos possuem também seus direitos. A sociedade por sua vez impede que as pessoas tenham sua “liberdade plena”, pois se este fato acontecesse ninguém teria limites, o que poderia acarretar o caos para todo o corpo social. Mas essa falta de liberdade deixou uma grande dívida social, até porque a responsabilidade social para com os cidadãos era mínima. A aparição dos direitos humanos constituiu um grande avanço ao que se diz respeito aos direitos individuais e sociais, já que até então a saúde mental de todos os indivíduos estava conectada a uma estrutura social muito rígida o que não era saudável para o equilíbrio do caráter da pessoa. Constata que somente em meados do século XX que uma grande mudança significativa realmente ocorreu, visto que o conceito de dever passou a ser questionado e até mesmo ultrapassado, dando lugar na busca sobre a qualidade de vida das pessoas e uma preocupação ética em torno do homem, da natureza, etc e de todas as relações humanas, implementando assim uma nova cultura baseada na felicidade, nos prazeres e no amor próprio de cada pessoa. Neste momento começa a tomar corpo os movimentos humanistas e pelos direitos básicos de todos os cidadãos. Explica que foi na década de 1960, que veio a tona as idéias de Karl Marx e dos estruturalistas que apregoavam a ideologia como dever. Logo após, aparece a ideologia econômica que põe a frente o consumo e os meios de informação adquirem um poder até então não se tinha visto. A partir da década de 1980, aparece a sociedade neoindividualista e com ela a cultura narcisista que alimenta a ansiedade e o estresse, pois os indivíduos são cada vez mais cobrados a seguirem um padrão de conduta e de consumo que na maioria das vezes não está em sintonia com as pessoas o que é coerente com a nova relação que se tem do trabalho: já não há mais obrigação moral e a entrega se dá de maneira parcelada. Acredita que são necessárias a reconciliação da ética com a eficácia, já que a ética empresarial deixa muito a questionar. O ideal é fazer com que as empresas conciliem os seus interesses com a felicidade, o desejo e com a criatividade de cada um de seus funcionários. Denuncia, por um lado, que com a chegada do neoliberalismo a exaltação ao mercado virou o ícone maior sobre as idéias de produtividade e de competitividade sustentadas pelas democracias, passando o pensamento de que quando se assegura o crescimento econômico os problemas sociais se resolvem, o que não aconteceu até então. Não se pode negar, por outro lado, o ressurgimento da ética acompanhada de uma preocupação e uma responsabilizada globalizada acerca da ecologia, da bioética e de outras realidades que não pertencem somente a um grupo, mas toda a humanidade, o que pode fomentar a esperança em um futuro muito melhor do que se tem atualmente e pelo fim do determinismo econômico e social que está em vigor. Com relação aos problemas educacionais, indica que a educação abrange realidades muito amplas, mas que o mais importante é ter algo a dizer em relação a ela: sugestões, idéias e propostas e sobretudo escutar o que os educadores têm a dizer. No Peru, por exemplo, os alunos são ensinados destes novos a obedecer cegamente que é conseqüência de uma educação autoritária.