IPEDEHP, 1999.
Explica que o Instituto Peruano de Educação em Direitos Humanos (IPEDEHP) foi fundado no ano de 1985 e dirigido para a capacitação de lideres sociais em direitos humanos, democracia e participação cidadã. A metodologia utilizada para estudo de campo foi o enfoque qualitativo, como forma de inserir as diversas classes sociais e os distintos ambientes e enfocar o lado afetivo. A seleção da amostra ficou pautada em critérios de gêneros, de região e o local onde está situado o líder social que se deseja pesquisar. Os membros do IPEDEHP se conheceram no momento em que a seção peruana de Anistia internacional desenvolveu atividades em educação em direitos humanos, por saberem da fundamental importância em que representa o papel da educação para a construção da democracia, tendo como base quatro razões principais para o nascimento do IPEDEHP: (1) quando as pessoas têm consciência do que sejam os direitos humanos, elas sabem que podem ajudar outras a serem defensoras de tais direitos, impedindo, assim, os abusos e a exploração; (2) como forma de expandir suas ações violentas, grupos terroristas infiltravam-se nas escolas, tendo como alvos os professores e os alunos para propagarem suas práticas, assim, era necessário trabalhar com esses “alvos” para que se impedisse o alastramento da violência; (3) os professores foram encarados como multiplicadores do trabalho, na medida em que são eles que estão em contato direto com as crianças, com os jovens e com os chefes de família e (4) a experiência do membros do IPEDEHP como educadores garantia uma intervenção de qualidade no âmbito educativo. Adiciona que outras quatros estratégias educativas são utilizadas pelo Instituto: (I) a convecção que é fundamental a valorização da pessoa e de sua dignidade como ser humano na capacitação dos direitos humanos; (II) a convicção de que, para se valorizar e valorizar outrem, é importante está em contato com os seus sentimentos, aspirações e temores; (III) a convicção de que o trabalho em direitos humanos se realiza em comunhão com outras pessoas, porque esses direitos estão antenados com os destinos dos demais e (IV) a necessidade de participar dos movimentos sociais e ajudar a construir, com outras instituições da sociedade civil, um tecido social mais sólido. Estima que uma parcela significativa da população peruana ignora o que venha ser os direitos humanos, o que facilita de modo considerável os abusos e os diversos tipos de violação que as pessoas podem sofrer. Por isso, o desafio da Coordenadoria Nacional dos Direitos Humanos no Peru, impulsiona a difusão, cada vez maior, dos direitos humanos a toda a população como forma de construir uma sociedade mais democrática. A partir do momento que programa em direitos humanos começou a ser desenvolvido nas comunidades, para a surpresa do IPEDEHP, foram ressalvadas mudanças significativas na maioria dos líderes, em suas famílias e todas as pessoas que tiveram contatos com os líderes e em seguida regressaram as suas comunidades. Mas, para que haja essa mudança, é importante salientar que as oficinas-cursos oferecidos pelo Instituto, fazem com que os seus participantes compartilhem com sua comunidade e com seus familiares o que lhes foram ensinados e se dedicam a defender os direitos das mulheres, das crianças, desenvolver a auto-estima e a não violência familiar, sem esquecer o fato de que do inicio quase todos encontram pouca aceitação em sua comunidade para que possam desenvolver os seus trabalhos. Quando os lideres sabem que alguns direitos foram violados, seja no campo ou na cidade, comunicam rapidamente ao estabelecimento Comitês de Direitos Humanos. É claro que a criatividade para angariar recursos é de fundamental importância para a defesa dos direitos humanos e da democracia, já que se têm poucos recursos financeiros disponíveis para a compra de materiais. Categoriza a experiência realizada pelo Instituto no Peru, com sua historia peculiar, como sendo uma experiência que vem se aperfeiçoando a cada ano e que por isso pode ser aplicada em outros contextos, o que ajuda na aplicação da proposta.