Tirado K. La capacitación de educadores en Derechos Humanos, In: Cuadernos de Educación – n.º 204, Santiago, Junho / 1991, p. 116 – 121.
O autor é o chefe do Programa de Direitos Humanos para a Escola da “”Vicaria de la Solidaridad”” da arquidiocese de Santiago (Chile). No artigo ele desenvolve a proposta das oficinas de Capacitação de Educadores em Direitos Humanos, destinadas a professores. O programa parte da premissa de que para que as experiências inovadoras na escola dêem certo, têm que ter o apoio do professor. É por isso que nesta proposta o colocam como centro e articulador do processo de ensino e prática dos direitos humanos. As oficinas estão estruturadas como processo de capacitação a partir de três eixos: a formação na ação, as metodologias educativas e as relações pedagógicas. A formação na ação trabalha a partir da prática do professor em sala de aula e das dificuldades que no cotidiano ele enfrenta, a partir do momento que toma como enfoque central dessa prática os direitos humanos. Nesse sentido as oficinas, por uma parte tem o caráter de capacitação e, por outra, favorecem a partilha de inquietudes, busca e dificuldades entre os professores. A formação na ação se realiza através de um processo de quatro oficinas que são desenvolvidas ao longo do ano letivo. Essas oficinas tem “”uma ênfase formativa desenvolvendo temas que ajudam ao professor em sua tarefa, e uma ênfase avaliativa que se concretiza na troca de experiências vivenciadas no cotidiano do professor””. (p. 118). A metodologia para educar nos direitos humanos é o segundo eixo da proposta, onde se afirma que “”educar em direitos humanos de forma profunda tem que passar necessariamente por uma metodologia que eduque em atitudes e seja coerente com o respeito e promoção da dignidade humana””. (p. 119). As oficinas propiciam nesse sentido, experiências entre os professores de respeito de sua dignidade e de construção coletiva do conhecimento. O último eixo é o das relações pedagógicas. Este tema é desenvolvido nas oficinas de capacitação, fundamentalmente através do contraste e da partilha de diferentes experiências onde se colocam situações problemas, nas quais os professores devem buscar soluções desde a ótica dos direitos humanos. O importante neste aspecto é o critério do educador já que não existem receitas prontas para o tema. Acredita-se que o educador a partir da reflexão que vai desenvolvendo nas oficinas se transforma num ativo defensor e promotor dos direitos humanos, capaz de motivar seus alunos nesta perspectiva. O projeto resulta interessante por sua proposta de trabalho a partir dos direitos humanos com os professores. É uma forma de trabalho desde os direitos humanos, intermediária, dirigida a professores, sem necessidade de incluir, de início, toda a escola no projeto. Pode-se começar a trabalhar com os professores de diferentes centros que desejem participar da experiência.