MICHELONI, R. Experiências: Educação em Direitos Humanos. In: Revista de Educação AEC, vol. 19, nº 77, Brasília, Out – Nov / 1990, p. 73 – 80.
Trata de um depoimento dado pela Dra. Margarida Genevois, Presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo em que ela descreve a proposta desta Comissão em relação ao Projeto de “”Educação em Direitos Humanos”” onde estes devem ser desenvolvidos a nível formal e informal, numa perspectiva interdisciplinar, e envolver os três graus de ensino (lº, 2º e superior). Este projeto vem sendo desenvolvido nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O objetivo básico do trabalho é conscientizar a sociedade sobre as diversas formas de injustiça e de opressão e propiciar uma reação positiva às freqüentes situações de violação dos Direitos Humanos. Para que este Projeto atinja seus objetivos é de fundamental importância, destacar a postura pedagógica que deva embasar os procedimentos metodológicos. É preciso que a relação educador x educando se estabeleça na base da compreensão, do interesse, do respeito mútuo e da cooperação na construção coletiva do saber. A educação deve ser problematizadora da realidade e os educadores devem se capacitar não apenas para um intercâmbio entre as disciplinas, mas todos os conteúdos devem ser desenvolvidos com base nos Direitos Humanos e rumo à sua vigência, de forma interdisciplinar. A Comissão entende que a Educação em Direitos Humanos não deve restringir-se ao âmbito escolar, embora tenha nas escolas uma mediação importante. Acredita que a educação popular problematizadora, em sua forma extra-escolar, também é um meio eficaz, que possibilita que setores populares descubram novas formas de luta e resistência. É um projeto muito interessante que procura trabalhar os Direitos Humanos a nível curricular, de forma interdisciplinar e extra-curricular, em que engloba as escolas da rede municipal dos Estados onde a experiência vem se desenvolvendo numa tentativa de reunir setores da sociedade como: escola, pais alunos, comunidade para que juntos possam lutar pela vigência dos Direitos Humanos na nossa sociedade. O texto assinala a importância da postura pedagógica que se deve ter diante da metodologia que se quer aplicar pois, é partindo desse princípio, que se determina o ensino visando a uma educação libertadora ou não.