2 de junho de 2020 by Thiesco Crisóstomo

 

Rondonópolis/MT, 01 de junho de 2020 (em memória de São Justino).

 

Carta às Comunidades em tempo da pandemia de COVID-19

Estimadas comunidades eclesiais espalhadas e organizadas no Brasil e na América Latina!

“Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. Dizei às pessoas deprimidas: Criai ânimo, não tenhais medo” (Is 35,3); “Eis que eu estou convosco todos os dias” (Mt 28,20); “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6:10); “Vigiai, permanecei firmes na fé, portai-vos corajosamente, sede fortes! Fazei tudo com grande amor fraternal” (1Cor 16,13 ). “Tudo posso naquele que me conforta” (Fp 4:13) com estas palavras de fé e de esperança o Secretariado do 15º Intereclesial e a Coordenação Nacional da CEBs saúdam todos os irmãos e irmãs de caminhada das CEBs, neste tempo de pandemia de COVID-19.

Comungamos do mesmo sentimento, das mesmas preocupações e das dores de quem perdeu um ente querido neste tempo que atravessamos.

Estamos em comunhão com o nosso Papa Francisco, que tem sido uma voz profética aos povos, governos, culturas e raças sobre o cuidado com a pessoa, acima de tudo“A narrativa dos discípulos de Emaús, nos dá a certeza de que nas noites escuras da vida e da história, o Senhor permanece conosco, Ele caminha conosco” (Lc 24, 13-35) nos encoraja o Papa. Mantemos a comunhão com os Bispos do Brasil que nos animam ao nos dizer: “Este tempo grave de Pandemia fechou as portas de nossas igrejas, mas a Igreja não está fechada, ela continua alimentando seus filhos e filhas através da oração, da Palavra, das celebrações transmitidas pelas TVs Católicas, rádios e mídias sociais, continua assistindo aos pobres e mais necessitados pela caridade e criando redes de solidariedade”.

Certamente muitos olhares se voltam para a sua comunidade, o desejo de se encontrar com pessoas, de abraçar, de sorrir, de sentar juntos, de animar a comunidade, de promover a vida da comunidade, de visitar os idosos e necessitados. Porém, neste tempo estamos fazendo aprendizado de coisas que já estavam sendo esquecidas pela vida moderna, como a importância da “Igreja doméstica”, a leitura da Palavra de Deus, a oração em família, bem como o cuidado com as pessoas.

Nossa esperança é de que em breve nos veremos novamente em comunidade, mas não iguais como antes, mas, tanto as instituições como as pessoas devem voltar diferentes, com nova visão de vida, de cuidado, de fraternidade, de tolerância, de respeito ao outro e a nossa Casa Comum. É importante recordar que no mundo há muito sofrimento em decorrência do vírus; famílias enlutadas, fome, violência, desemprego e pobreza. Na comunidade são milhares de idosos, doentes, crianças, pobres que clamam pela presença dos cristãos, daí a importância da solidariedade, comunhão e de gestos concretos.

A comunidade é experiencial de vida. É um valor internalizado dentro de nós. Não são três ou cinco meses que vão tirar este valor dentro de nós, mas ao contrário, vivemos um tempo de fortalecer nossas convicções, de amor à comunidade, de desejo de se doar mais ainda, de criar esta prática de nossa fé: vida que brota das comunidades eclesiais de base.

Estamos iniciando o mês de junho, conhecido como mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, bondoso, acolhedor, aquele que diz: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28).

Esse é um tempo de olhar para dentro de si, rever posturas e convicções, mas tempo também de abrir o coração para as pessoas, a realidade em que vivemos e o cuidado com este planeta em que habitamos.

Seja você um apaixonado/a pela vida das comunidades. Irradie esperança, entusiasmo. Desperte desejo de retorno à comunidade, fortaleça-se na fé e na caridade. Utilize diariamente as Redes Sociais para animar a comunidade.

Com abraço fraterno!!!

Secretariado do 15º Intereclesial das CEBs
Coordenação da Ampliada Nacional das CEBs

Fonte: http://cebsdobrasil.com.br/4a-carta-as-comunidades/