Explana que a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) intenciona o processo de integração da América Latina e do Caribe, mas que é um projeto neoliberal com os moldes do Tratado de Livre Comércio estabelecido pelos países da América do Norte e da Europa para liberar e favorecer a intervenção estrangeira. Assim, a ALCA só irá favorecer os oligarcas, aumentar a concentração de riqueza e incrementar as condições de miséria dos povos da América Latina e do Caribe. Observa-se que os governantes “pró ALCA” estão mais preocupados na privatização dos serviços públicos e com a restrição dos direitos democráticos e pouco se importando com os prejuízos que poderá acarretar a população. Lembra que a Convergência de Movimentos dos Povos das Américas está construindo alternativas para combater a política neoliberal em todo o continente americano, sendo que a formulação dessas alternativas inclui propostas e práticas democráticas e pluralistas de homens e mulheres dos diferentes movimentos sociais para a construção de uma nova sociedade.
Esclarece que as declarações de direitos humanos estão inseridas no direito positivo, entendendo que tal direito não está limitado somente a juridicidade, mas no reconhecimento dos direitos à liberdade, dos direitos sociais e a participação democrática por parte todos. Explica que o respeito à vida só acontece quando os direitos humanos (DDHH) são acatados, pois é a partir deles que se pode considerar o ser humano como um ser livre. Não se deve caracterizar os DDHH exclusivamente a partir da ótica de direitos fundamentais, mas, sobretudo, o seu lado jurídico-moral, quando assim não se procede perde-se o senso crítico. Conclama a todos que resistem o imperialismo cultural estimular nas diferentes culturas o respeito e a solidificação dos DDHH para que eles tenham validade universal. A questão não é à busca em torno de um modelo e sim a partir da multiplicidade das demandas humanas e possibilitar a efetivação dos DDHH. Essa possibilidade só será concreta no momento em que se esclareça a todos que eles enquanto indivíduos, cidadãos e pessoas são portadores de direitos.
Rege um curso de direitos humanos nas ruas do Rio como forma de demonstrar que a prática de se está no espaço público faze parte do aprendizado em direitos humanos. Tem como temas abordados a realidade dos menores de rua, a justiça comunitária, os direitos humanos das mulheres, mas o meio ambiente é o tema que predomina, já que os alunos de pós-graduação que orienta pesquisam a relação entre direitos humanos e ambientes urbanos. Lembra que a escolha dos lugares públicos irá depender da necessidade de cada um. Até porque podem interagir com o espaço de duas maneiras: (1) envolvimento passivo –não se tem uma implicação com o ambiente; (2) envolvimento ativo –necessidade de explorar o local para conhecer, sem esquecer o fato de que os espaços públicos são os lugares onde ocorrem diversos tipos de reações e de violações. Por isso quando o espaço público se torna o lugar dentro do processo de humanização é lugar digno da integridade humana.
Assinala como uma das formas de contribuir com o mundo é transmitir as novas gerações os valores intrínsecos dos Direitos Humanos. Quando se fala em educação cidadã em direitos humanos, refere-se a um modelo de educação que esteja voltada à solidariedade, a justiça e a democratização da sociedade. Destarte, as escolas devem oferecer na aprendizagem o exercício da cidadania e fazer com que seus alunos(as) entendam a sociedade de maneira crítica e reflexiva e atuarem com responsabilidade perante aos problemas sociais. Explica que a expressão “pensamento ecológico” é a capacidade humana de refletir sobre o mundo a partir da realidade social e cultural do planeta e não perder de vista que todos são partes inseparáveis dele. Acredita que educar para a vida é proporcionar um modo de pensar que apreenda como se dão as relações na vida e orientar o conhecimento para a valorização e a facilitação do relacionamento entre o ser humano e a natureza.
Destaca que no Peru, deste os anos 80, há um confronto entre grupos rebeldes e as forças armadas. O número de pessoas atingidas pela violência política ultrapassa milhões. Cita que o PAR (Programa de Apoio a Repovoação) objetiva reconstruir as comunidades que foram afetadas pela violência política e fazer com que aqueles que saíram de suas moradias retornassem aos seus lares e tivessem todo o apoio à vida produtiva através de desenvolvimento de projetos voltados a infraestrutura social e econômica, tendo como intenção principal o repovoamento das comunidades atingidas pela violência a par com o projeto de pacificação. Cita que na atual conjuntura há um esforço por parte de alguns setores governamentais no sentido de colocar fim ao problema da violência a partir das demandas da sociedade civil e os deveres que o Estado tem com ela. De tal modo, que a nova orientação que o PAR vem desenvolvendo é o de visar o debate em torno de como se deve dar a organização e a coordenação dos organismos que estão envolvidos com a democratização do país.
Disserta sobre a “revolução” silenciosa ocorrida no Brasil, na década de 90, demonstrando como se deram os impactos sobre a sociedade, já que deste os anos 80 o foco principal da política brasileira e a entrada no competitivo mercado internacional, política elaborada pelos tecnocratas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) que foi reforçada com a vitória do presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment no seu mandato, e retomada a política do livre mercado com a entrada de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que a partir de 1994 o seu programa de governo teve as seguintes composições: privatizações das empresas estatais; neutralidade do Estado nas decisões econômicas; desregulamentação; ataque e fim dos direitos sociais, sobretudo os voltados para as relações de trabalho.
Explica que o Brasil ficou um país dependente deste o seu “descobrimento” em 1500 e que até os dias atuais continua subordinado as ordens das grandes potencias mundiais. No ano de 1964 sofreu com um golpe militar que atrasou o seu avanço social e econômico durante trinta anos. Com o fim da ditadura militar, foi proclamada a Nova República e com ela a Constituição de 1988. Os latifundiários, temendo a reforma agrária, se organizaram como força política considerável através da União Democrática Rural (UDR), mas que mesmo assim continuou a luta e a organização dos trabalhadores rurais pela terra mediante ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Esclarece que a função original do Fundo Monetário Internacional (FMI), antes de sua remodelação a partir de 1973 com a crise do dólar, era a de controlar o sistema monetário internacional e que na atualidade ocupa três funções principais: (1) vigilância e supervisão das economias dos países membros; (2) assistência técnica no que diz respeito às questões fiscais e monetárias e (3) assistência financeira aos países que apresentam dificuldades financeiras e aos programas de reforma econômica. Já o Banco Mundial (BM) tinha como desempenho criar condições para a reconstrução da Europa, que logo após foi rejeitado pelos Estado Unidos que optou para a ajuda unilateral através do plano Marshall. Hoje o BM tem a performance de “ajudar” os países pobres em suas dimensões institucionais, estruturais e sociais. Explica que tanto o FMI como o BM têm uma imensa capacidade para influenciar a política econômica dos países do Sul.
Assinala que a natureza da metodologia do estudo apresentado perpassa pela combinação de técnicas qualitativas e quantitativas que estão baseadas em questionários, entrevistas, observações, revisão de documentação que estão disponíveis no IPEDEHP e no Instituto de Educação Superior Paulo Freire (ISP Paulo Freire) que foram realizadas em três etapas: a primeira foi à preparação para que os estudo fosse realizado; a segunda foi à coleção de dados e a terceira etapa consistiu em completar os dados, analisar os mesmos e preparar as informações coletadas. Explica que a criação do ISP Paulo Freire tem um marco que o distingui dos demais institutos, já que ele nasceu com uma filosofia e proposta pedagógica inspirada no pensamento do educador brasileiro Paulo Freire que favorece a iniciativa, participação e na liberdade dos sujeitos da educação em seus diversos âmbitos da ação humana, fomentado no respeito a todas as pessoas, com seus direitos e deveres, a sua participação democrática na sociedade a qual está inserido,na justiça, na solidariedade, na cooperação, no apoio mutuo, na paz, na dignidade humana em que todas elas estão baseadas na tolerância, flexibilidade e honestidade.
Entende que a globalização é o processo pelo qual as dimensões econômicas, sociais, políticas e culturais se interligam de maneira complexa e contraditória na medida em que se observa a eliminação de fronteiras e se constata a diversidade local. Adiciona que a desigualdade social e a má distribuição de renda nos países em desenvolvimento são marcas registradas da política neoliberal, já que aproximadamente 1 bilhão e meio de pessoas, ou seja, 1/4 da população mundial, vivem na pobreza absoluta. Afirma que tanto nos países do Sul quanto nos países do Norte as desigualdades na distribuição da riqueza crescem de maneira acelerada e as oportunidades para melhorar os padrões de vida da maioria da população se tornam cada vez mais inacessíveis. Nutre a esperança de que a construção das identidades e o respeito pela diferença façam com que todos os grupos, inclusive os minoritários, se unam em prol de um mundo melhor com a certeza de um futuro mais solidário. Até porque são incontáveis os grupos sociais que estão envolvidos nas trocas desiguais e que lutam para que sejam reconhecidos e respeitados em suas diferenças.