Trata-se de uma obra que oferta cursos direcionados a Agentes Multiplicadores em Direitos Humanos (DDHH), no intuito de melhor prepara-los. Apresenta dois cursos: o básico I – “Direitos humanos e nosso compromisso como cidadãos” – introduz a idéia dos DDHH, o exercício da cidadania, a prática responsável e a promoção de uma cultura em DDHH e o básico II – “Instrumentos jurídicos para a defesa dos direitos humanos” se aprofunda mais no conceito de DDHH e nos estudos da Constituição Nacional e nos organismos responsáveis pelos DDHH. A metodologia utilizada se dá através das experiências dos participantes e são ministrados em oficinas, para que se construa um saber comum entre todos os participantes. Explica que no momento em que se prevalece a “democracia do mercado” em detrimento a humanização pessoal e coletiva, os DDHH vêm ao encontro dos direitos mais básicos dos cidadãos, tais como: saúde, educação, moradia, etc.. e a defesa dos discriminados para que possam exercer seus direitos.
Explica que o nascimento do neoliberalismo se deu a partir da ganância do âmbito produtivo que visa, antes de tudo, a economia de mercado do que com o bem estar da pessoa humana. Acusa o neoliberalismo como o responsável direto pela condenação sistemática de povos inteiros a morte pela fome. Fazem essa exclusão aniquilando de maneira silenciosa os povos inocentes, com suas tradições culturais específicas, através do estrangulamento de suas economias, fomentando, dessa maneira, uma resposta fundamentalista que acaba por desembocar no terrorismo. Propõe um movimento alternativo de sociedade e de mundo que vá contra a guerra, já que todo tipo de terrorismo, seja ele de que natureza for, representa a violência, a intolerância, a exclusão e a falta de solidariedade. A luta contra o neoliberalismo e a globalização é de responsabilidade de todos que almejam criar um lugar em que as pessoas tenham mais valor do que as leis de mercado, independentemente de sua raça, cultura, gênero ou religião.
Trata-se de uma pesquisa realizada para descobrir quais as personalidades e heróis negros que foram ocultados da História e socializar essas informações para o público não especializado, sobretudo aos jovens do Movimento Negro de Nova Friburgo. Ao citar o poeta negro Solano Trindade, diz que externizou os problemas que envolvem o racismo. O caso do negro João Cândido Felisberto foi singular. Em contato com o politizado proletariado da Inglaterra, despertou a insubordinação, liderando uma rebelião. O nome de Cândido foi associado ao da “radicalidade” da Revolta da Chibata. É preso e lá permaneceu até 1911. A historia de Zumbi é a mais conhecida entre o povo brasileiro, pois, Palmares foi o quilombo mais duradouro que existiu. Em 1694, as tropas de Vieira de Melo e Jorge Velho invadem Palmares, acarretando a maior chacina ocorrida na História do Brasil. Denuncia que a História oficial passa a imagem de que Chica da Silva como uma prostituta, mas, era uma negra rebelde e insubmissa e que lutava pela respeitabilidade. Lembra que a História não faz alusão a Chico Rei. Homem de uma inteligência acima da média que conseguiu alforriar mais de 400 negros.
Considera que nas sociedades modernas, com sua diversidade e pluralismo, ruiu a unanimidade da hegemonia eclesial que havia em tempos idos, o que levou a Igreja a legitimar a autonomia da liberdade ética e religiosa de cada pessoa, mas sem perder de vista o respeito aos direitos dos demais. Explica que a tolerância nasce do respeito e da compreensão perante àqueles que possuem idéias e modos de ser diferentes ou mesmo antagônicas daqueles que convivem na sociedade ou quando não se tem a preocupação de impor os seus valores para os outros esperando que eles sejam acolhidos. Por isso, é de suma importância que a legislação civil não dê importância aos códigos éticos que são considerados concretos e definidos em si; deve-se estar aberto e respeitar a outros e aos novos valores. Considera que dentro de uma sociedade democrática é salutar a defesa das próprias crenças que se torna um exercício de liberdade de consciência, uma vez que não se deve fomentar o desrespeito, a intolerância, mas a convivência humana equilibrada e harmoniosa para todos(as).
Considera que nas sociedades modernas, com sua diversidade e pluralismo, seja de opiniões éticas e religiosas, ruiu a unanimidade da hegemonia eclesial que havia em tempos idos, o que levou a Igreja a legitimar a autonomia da liberdade ética e religiosa de cada pessoa, mas sem perder de vista o respeito aos direitos dos demais. Pois se parte de um pressuposto de que dentro da convivência de um sistema democrático, como um direito pertencendo a toda unanimidade, assim como ser tolerante com a diferença, pois como é sabido por todos que a convivência entre os indivíduos dentro da relação social requer o mínimo de regulação ética, o que significa dizer que há um conjunto de exigências que o individuo deve seguir, às vezes não sendo muito de sua vontade, para que haja o respeito das diferentes visões, interpretações e modos de agir entre os diferentes valores que cada qual possui.
Explica que os termos internacionalização, globalização, mundialização representam distintas regiões do planeta que estão em contato direto e que também é um processo da superação das barreiras do mercado econômico, mas que mesmo assim a realidade entre os países do Norte e do Sul é berrante. Os primeiros representam as nações capitalistas desenvolvidas, enquanto que os segundos aglomeram as nações dependentes e empobrecidas, tornando-se a relação entre ambos desequilibrada e de dependência. Na verdade a globalização e a sua ideologia representam uma nova maneira de politizar a realidade. Baste que se note que o empresariado desempenha um papel significativo na economia e na vida do país como um todo e tem o poder de restringir a maioria da população dos bens materiais que necessitam. Reconhece que se deva estabelecer uma forma de governo que promova o desenvolvimento do bem comum e a consolidação de um sistema de bem estar mundial, juntando-se a outros meios políticos de caráter ético e cultural.
Analisa o pensamento que rege a educação popular que através de sua historia intenciona a construção de uma sociedade mais justa que de aos excluídos, aos segregados e aos discriminados o poder de atuarem na vida política de seu país. Esclarece que vários educadores têm questionado as práticas da educação popular na América Latina, surgindo diversos grupos com pensamentos diferenciados. Alguns propagam que se deva acabar com a educação popular; outros afirmam a sua conservação e outros defendem que a educação popular deve ser reestruturada. Acredita que essa reestruturação tem que ser feita através da reflexão e da ação e trazê-la para a realidade globalizada, ou seja, desconstruir certas práticas para que se possa fazer uma ação crítica. Almeja que a educação popular seja dotada de novos instrumentos e que possa reconstruir o povo como sujeito histórico, rompendo com o atual modelo político dominante que foi implantado e repensar o poder existente que se deve até agora entre os educadores da educação popular.
Delata que a ALCA não é apenas um projeto norte-americano para fazer valer o Acordo do Livre Comércio entre os EUA, a América Latina e o Caribe. Representa a política neoliberal que faz com que as frágeis economias dos países em desenvolvimento nunca alcancem crescimento real. Pode se constatar que a dívida externa da América Latina, em 1985, estava em torno de 300.000 milhões de dólares e entre 1992 e 1999 deve que pagar de juros 913.000 milhões de dólares. Segundo relatório da ONU, nos anos 80 o número de pobres latino-americanos era de 36%; passou para 44% que estão em extrema pobreza. Diz que a ALCA impede a integração econômica d América Latina e que por isso os EUA precisam minar o MERCOSUL que, apesar de suas deficiências e limites, freia um pouco o poderio do capital estrangeiro. O neoliberalismo passa a imagem de que somente ele é a única solução para os países em desenvolvimento. E essa mentira que tem que ser desmascarada com a denúncia de toda sociedade civil.
Faz um paralelo entre educação e economia, considerando o contexto sócio-político onde a privatização e a mercantilização é cada vez mais crescente na relação humana e também na educação. Nesta relação entre educação e economia, se usa muito o enfoque de que quando mais educado uma pessoa menos pobre ela será. Por detrás dessa premissa esconde-se a idéia de que o problema da pobreza será resolvido através da educação. Quando se comprova que há mais pessoas sem instrução entre os pobres do que entre os ricos, então esse problema tem de ser enfrentado pela educação. Deve-se fazer uma mudança sistemática na educação e neste tipo de visão. Ao se dizer que entre os ricos há poucas pessoas que não tem instrução, então se deve criar um modelo político que promova o ingresso das pessoas pobres a educação e permiti-las que tenham acessos a outras necessidades básicas, como alimentação, saúde, moradia, etc., uma vez que somente há crescimento em um país quando se tem justiça social.
Esclarece que o FMI na atualidade ocupa três funções principais: (1) vigilância e supervisão das economias dos países membros; (2) assistência técnica às questões fiscais e monetárias e (3) assistência financeira aos países em pobres. O Banco Mundial (BM) tem a performance de “ajudar” os países pobres em suas dimensões estruturais. Está transparente que as intervenções feitas por essas duas instituições de Washington contribuem para as deficiências que acontecem nas economias dos países em pobres. Menciona que as pressões exercidas sobre cidadania realizadas nos países que condenam a dívida externa das nações pobres, fizeram com que as instituições financeiras internacionais credoras revisem os seus posicionamentos com relação à dívida. Afirma que os países devedores têm que tomar parte na tomada das decisões, para que inclusive possam questionar as sanções que são impostas a eles e dessa maneira possam também apresentar suas propostas.