UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME, 2002.

Ao citar a criação do Direito Internacional dos Direitos Humanos no ano de 1945 em parceria com a Organização das Nações Unidas, assegura que tais direitos reconhecem que a dignidade dos seres humanos está acima de sua raça, religião, cor, sexo, língua, opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou mesmo de qualquer outra condição que esteja as pessoas. Quando tais direitos não são respeitados, todos os homens e todas as mulheres têm direito à proteção da comunidade internacional, caso o seu país lhes neguem tais direitos. Define o termo violência como toda e qualquer ação irrefletida que impede ou dificulta o desenvolvimento e, especificamente, no caso da escola representa a negação dessa instituição. Certifica que o tema violência por ser complexo e que por isso comporta diversas interpretações, dependendo da área em que se vai trabalhar ou o interesse que permeia em expor sobre a problemática da violência, irá variar em diversas formas. No Brasil, por exemplo, os autores que se interessam em pesquisar o tema tendem, na maioria dos casos, em suavizar o conceito quando ele engloba a população de crianças e jovens, enfatizando a predominância na ética e nas políticas públicas, seja a violência física, simbólica ou verbal. Quando se trata de violência nas escolas é preciso que se averigúem quais os fatores que estimulam e/ou levam a essa ocorrência. Contudo, algumas pesquisas vêm revelando que entre os alunos a baixa auto-estima; falta de perspectiva para o futuro; contexto familiar, falta de diálogo; violência domestica; desinteresse dos pais sobre a vida escolar dos filhos; falta de qualidade no ensino de maneira medíocre; relação problemática entre professores e alunos; aproveitamento escolar ruim; ficar expostos a mídia a programas de violência e o tipo de comunidade em que os alunos se encontram e os graus de violência aí encontrados podem estimular a violência. Acentua que a instituição escola comete também violência contra o seu corpo discente. Muitas das vezes certos alunos são classificados ou tornam-se conhecidos como alunos problemas o que, às vezes, leva alguns professores a exporem sobre a vida e a trajetória desses alunos como forma de intimidar àqueles que não estão seguindo as regras. Também quando se expulsa um determinado aluno ou faz a sua expulsão se dá de maneira arbitrária e muitos alunos reclamam, a despeito desses casos, que a direção e/ou professor usam de seu poder para impor a vontade deles e que não há nenhum critério para punir as infrações. As infrações podem se agravar ou aumentar quando elas se tornam constantes ou quando um aluno realmente cometeu um ato grave e que por motivos outros é desculpado por algum membro do corpo escolar, o que pode ocasionar rivalidades entre alunos ou mesmo entre salas de aula. Nesse tipo de relação inicia-se formação de grupelhos que impede a aproximação de outros e é instituída uma forma de exclusão, não tendo mais como referencia na relação à amizade e o coleguismo. Ressalta que em entrevistas feitas com alunos eles reconhecem que não há interesses em algumas disciplinas e que eles são também os causadores dos problemas que ocorrem dentro da escola e que, por sua vez, os professores nunca se sentem culpabilizados ou responsáveis diretos pelo fracasso escolar que acontecem aos alunos. Sempre culpam os alunos ou sua família ou as más condições de trabalho. Sabe-se também que os professores em algumas escolas não se sentem muito confortável para exercer a sua profissão devido a ameaças por parte de alguns alunos. É na escola privada que funcionários e professores sofrem mais humilhação, já que os alunos constantemente afirmam que são os pais que pagam a eles e que por isso sentem-se com o direito de fazerem o que bem entendem, inclusive desrespeitar o professor e os demais funcionários. Há alunos que até usam a influências de seus pais para pedirem a demissão de professores. Aponta para o fato de que devido a forte expressão do racismo estrutural, existente na sociedade brasileira, o alunado negro encontra muito mais barreiras para estudar do que o aluno branco.O percentual de alunos não-brancos que estudam a noite é muito maior se comparado com o turno diurno. Pesquisas também revelam que os alunos negros alem de terem de enfrentar as barreiras que fomenta a exclusão deles, estão muito mais sujeitos à discriminação verbal expressa com ameaças e com esse perfil faz com que a escola selecione quem serão os favorecidos e os desfavorecidos. Além disso, adiciona que há vários depoimentos que indicam de maneira direta ou subliminar que no mercado de trabalho os empregos que proporcionam prestígios e o melhor status os negros ficam excluídos. Indica os diversos tipos de violência que uma pessoa pode sofre. Pode ser a violência por ameaças, por brigas, por violência sexual, pelo uso de armas, etc.. Sendo que, a violência física é a que mais atingi o maior grupos de vítimas e é muito maior do que a violência verbal. Um outro fator que resulta na discriminação racial para com os alunos negros é que na escola se reproduz os estereótipos étnicos dominantes o que alimenta o preconceito com relação aos alunos que pertencem às minorias étnicas e com trabalhos exercitados dentro da escola com tratamentos discriminatórios feitas por alunos ou por professores. Alerta que os múltiplos tipos de violências afetam diretamente a qualidade de ensino e da aprendizagem. Uma pesquisa mostrou que a violência no meio escolar faz com que os alunos percam a concentração nos estudos, fiquem nervosos com a situação dentro da escola e a perda da vontade de ir à escola, estimulando professores e alunos a abandonarem à escola, sendo que esses últimos exibam percentuais maiores que os primeiros e que nem sempre a evasão é por motivos de violência. Indica que duas estratégias utilizadas para o combate a violência é a escola se relacionar melhor com a comunidade e abrir canais para que os alunos possam se expressar de maneira mais livre. Muitas escolas conseguiram também acabar com o vandalismo para manter o patrimônio da escola é com a mudança física do seu ambiente, porque o envolvimento de pais, alunos, professores e comunidade faz com que todas as partes se sintam envolvidas e responsáveis pela vida escolar. Intenciona criar alternativas para o combate e o fim da violência e a criação para uma cultura da paz e para que essa realidade se concretize é necessário que a escola favoreça a formação dos indivíduos com suas capacidades físicas e espirituais, preparando-os para serem cidadãos com participação ativa e transformadora nas variadas instâncias da vida social, proporcionando condições para que se dêem aprendizagens significativas e com interações.