Vozes 1999

Esclarece que o contato que Paulo Freire deve com os camponeses, desde tenra idade, o sensibilizou de maneira suficiente para que compreendesse e ficasse solidário com todas as revoltas que ocorriam na América Latina, na África e em outros lugares que lutavam contra a exploração econômica em que estavam submetidos. Nunca, em momento algum, perdeu a esperança na transformação social para que se favorecesse a justa distribuição de renda. Elucida que tendo a sensibilidade de perceber que a pedagogia poderia ser um caminho viável para a tão almejada transformação social. É claro que para Freire a pedagogia não estava embutida de um único significado e paralelamente de um único raio de ação, ao contrário, entende a educação como o “processo comum de participação” que estará em disponibilidade a todos os cidadãos, que desta maneira desenvolverão sua consciência crítica, não mais como um conceito abstrato, acadêmico e distante da realidade, mas sim fundamentada a partir da reflexão e análise de como a sociedade funciona e como se dá a situação de hierarquia do poder em seu interior, porque será desta maneira que ocorrerá à divisão de classes. Demonstra que a pedagogia crítica é uma maneira pela qual se pode transformar o modo de se ensinar em sala de aula; vê como se dá a produção do conhecimento, as relações sociais que perpassam em sala de aula, etc.; para Freire a pedagogia crítica comete um erro crucial no momento em que as abordagens feitas por ela tornam-se completamente esvaziada de senso crítico e com nenhum teor revolucionário. Lembra que para Che Guevara, considerado um pedagogo da luta armada, a relação existente entre prática e teoria como um processo contínuo que envolvia a luta de classes. É interessante relembrar que Che foi professor alfabetizador e às vezes fazia leituras para os seus recrutas, mas a sua visão central de educação, referia-se a um modo de proceder para com que a educação fosse responsável pela criação de um novo homem, para que também se eliminasse o individualismo. Assegura que tanto a pedagogia crítica como a educação multicultural precisa aprofundar mais o seu alcance à política e assumir uma posição de transmodernidade, para que deixe de ser menos informativa e esteja voltada ao questionamento, fazendo com que a realidade fique tangível aos alunos. Constata que nos últimos anos a violência vem crescendo assustadoramente nas escolas dos EUA, tais como as agressões de violência, sejam por parte de armas, seja por violência física. Há, contudo, um outro tipo de violência que a muito vem chamando a atenção de pesquisadores de diversas áreas: a violência discursiva. Quando se remete à violência discursiva nem sem essa e composta de palavras que serve para agredir o outro; o silêncio, ou também conhecida como violência simbólica, é também uma entre outras formas de agressão, só que se apresenta e maneira mais discreta. Ao se tratar de educação, diz que a função do educador é o de libertar os discentes do silêncio que os pressionam. Acredita que ensinar cultura popular em sala de aula é bastante interessante, já que esse ensino é ao mesmo tempo discurso e prática. Ao comentar sobre o filme “Sociedade dos poetas mortos”, esclarece que o intuito foi o de mostrar aos alunos como se dá a prática da pedagogia do corpo e a tradicional pedagogia burguesa, observaram quo os alunos consideraram a pedagogia crítica como sendo aquela que proporciona a comunidade ser responsável pela construção dos ideais socialistas, enquanto que a pedagogia conservadora está voltada aos interesses da classe dominante do Estado-nação. O intuito foi o de fazer com que os alunos possam perceber as oportunidades e os limites da pedagogia crítica.