2000.

Focaliza o termo “descentralização” como um desejo que se faz presente e indispensável em diversos contextos. Lembra que em termos de literatura de informação o mercado oferece diversas obras, o que facilita à discussão. Na atualidade, a descentralização apresenta-se como uma parte considerável para a efetivação da democracia e como um instrumento de grande valia para a elevação do índice de desenvolvimento humano, o que não equivale dizer que a descentralização possa servir como um paliativo para todas as patologias sociais. O que se almeja com a descentralização é a idéia de que a população de um determinado limite físico não seja um “objeto descartável”, reduzida ao econômico e ao produtivo, mas que as populações estejam a par, de maneira direta, com o poder de decisões e com a reforma institucional do Estado. Por isso a importância de se fortalecer as instâncias e a administração locais, já que é possível se fazer um tipo de prática e de intervenção política que expanda, principalmente para a população mais empobrecida, a capacidade profissional e política de um autogoverno que ofereça possibilidades concretas à população de escolher o seu destino e optar para o que é melhor para si mesmo. Diz que as universidades e as demais instituições de ensino devem ficar mais participativas em relação à vida sócio-política da região em que se encontra e deixar de ser centralizadora em relação ao conhecimento que produz. Analisa a classe empresarial afirmando que a mesma não deve, obrigatoriamente, participar de maneira ativa da vida política de sua região, até porque nem todo poder deve ser outorgada à esfera política. Deseja-se que a classe empresarial se abra ao diálogo com a população; faça com que sua atuação apareça de maneira transparente e mantenha o diálogo com as estâncias governamentais deste que os acordos e decisões cheguem ao conhecimento do público. Afirma a idéia de que em relação à sociedade civil não deve está calcada somente na cidadania no sentido mais amplo do termo; deve-se ter uma ação mais sólida que esteja calcada no sentido de fortalecer as instituições democráticas, em conjunto com os trabalhadores e com os empresários; não há desenvolvimento ou democracia sem que não tenha a participação da sociedade civil. Chama atenção para o fato de que para a implantação da democracia não é necessário apenas aglutinar as forças políticas e com elas se façam às mudanças imprescindíveis no seio sociais; é preciso, antes de tudo, vontade política que almeje a descentralização de poder estatal objetivando a democratização e o fortalecimento dos governos provinciais (locais), tendo como alvo de desempenho a participação direta dos cidadãos no poder político. Explica que não aspira qualquer tipo de intervenção política que propõe alcançar soluções imediatistas, mas fazer com que a coletividade participe da vida pública, tendo como parâmetro, para que se meça o índice de desenvolvimento, a satisfação e a felicidade dessa coletividade, já que considera que a administração do poder é um fator complexo e diversificado que exige uma compreensão maior da realidade para que se possa atuar politicamente na sociedade visando uma sociedade mais justa e democrática.