A chacina do complexo da Penha revela que a política de segurança pública de Cláudio Castro é única e exclusivamente o extermínio da favela. Uma chacina eleitoreira com justificativas que foram mudando ao longo do dia, conforme subia o número de mortos, escolas, hospitais e órgãos públicos fechados na região. Um filme de terror da vida real para inflamar eleitores conservadores e cidadãos contra as favelas do Rio.

O Complexo da Penha tem dezenas de comunidades, cerca de 70 mil famílias, que foram afetadas por uma operação injustificada e com finalidade eleitoral de atacar a constituição brasileira e determinações judiciais.

Uma cortina de fumaça para esconder a crise que o Rio de Janeiro vive, com alto índice de desemprego e miséria, principalmente em nossas favelas. Até hoje, não foram apresentados projetos sociais para as comunidades, muito menos plano de redução da violência e letalidade das operações como determinou o Supremo Tribunal Federal.

As favelas do Rio estão sitiadas entre o crime organizado e a violência desenfreada do Estado. De chacina em chacina, o Rio continua perigoso, desigual e violento. O que muda após uma Chacina? Alguém se sente mais seguro de verdade?

É lamentável que o Estado haja com tanta violência e crueldade, sem pensar nos efeitos nocivos a toda comunidade Centenas de milhares de moradores do Complexo da Penha não tiveram direito de ir e vir, crianças ficaram sem escola e a vacinação foi interrompida. Não há uma cidade integrada, mas um estado se desintegrando.

Cláudio Castro é um governador de extrema direita que não cumpre as leis brasileiras e internacionais. Hoje, vemos uma guerra na Ucrânia onde práticas mundialmente condenadas têm sido utilizadas com frequência nas favelas do Rio. Lembramos, que as comunidades cariocas não produzem munição, armas e drogas.

As câmeras nos uniformes policiais poderiam ajudar a garantir a legalidade das ações e a segurança de moradores das favelas do Rio, mas o governador tem adiado sistematicamente a implantação e descumprido determinação da suprema corte. Vivemos um dos momentos mais difíceis das histórias das comunidades, desde que à FAFERJ foi fundada em 1963.

Que Deus proteja as famílias faveladas!

 

Federação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro – FAFERJ

25 de maio de 2022