Ministra da Corte Constitucional da Alemanha Susanne Baer disse que a liberdade de expressão tem que ter limites quando se transforma em discurso de ódio e criticou o projeto Escola Sem Partido ao afirmar que na Alemanha um projeto semelhante, batizado de Escolas Neutras, que também pede que estudantes denunciem professores críticos ao partido de extrema direita AfD ou que se posicionem politicamente; “Lembra-nos de períodos altamente problemáticos na história, na Alemanha Oriental, e no nazismo, quando pessoas eram chamadas a delatar os vizinhos”, disse

247 – A ministra da Corte Constitucional da Alemanha Susanne Baer disse que a liberdade de expressão tem que ter limites quando se transforma em discurso de ódio. Embora sem citar diretamente o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Baer disse lamentar os riscos que o populismo traz ao estado democrático. Ela também criticou o projeto Escola Sem Partido ao afirmar que na Alemanha um projeto semelhante, batizado de Escolas Neutras, que assim como aqui pede que estudantes denunciem professores críticos ao partido de extrema direita AfD ou que se posicionem politicamente. “Lembra-nos de períodos altamente problemáticos na história, na Alemanha Oriental, e no nazismo, quando pessoas eram chamadas a delatar os vizinhos”, disse ao jornal Folha de S. Paulo.

“Cultural, política e historicamente, dissemos não a esse tipo de regime. Então, quando acontece agora, é altamente problemático. É um ataque à educação liberal, em outras palavras, à educação de e para os cidadãos, de pessoas responsáveis e pensantes” completou.
Para ela, projetos do gênero são, na realidade, “uma tentativa de estabelecer uma educação de acordo com uma ideologia em particular. No momento, temos escolas públicas e privadas que não corroboram qualquer ideologia, ao contrário, apoiam a pluralidade de perspectivas”.

Baer alertou, ainda, para o crescimento do discurso de ódio que, inclusive, vem sendo estimulado por partidos e políticos. “Empiricamente temos visto pela Europa e na Alemanha um aumento no discurso de ódio, particularmente antissemitismo e racismo, mas também homofobia e sexismo alt-right. O respeito pelas pessoas não está em uma boa fase. Preocupa particularmente quando acontece no Parlamento ou vem de pessoas proeminentes de partidos. O tom da política está mais duro e agressivo”, avaliou.

Fonte: Brasil 247