2000.

Alude sobre o papel que uma tendência da Igreja Católica vem assumindo na atualidade. Ao contrário do que ocorria no final da década de 60 e início dos anos 70 ,quando assumia abertamente seu apóio à ditadura militar instaurada no Brasil, mudando de posição no meado dos idos 80, quando Dom Ivo Lorscheiter assume a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ostentando sua oposição ao regime militar. Declara que, em relação à cena política da realidade brasileira, a Igreja vai as ruas, sem perder sua discrição aos documentos que emite, sem perder de vista a luta contra a injusta social, estando o Brasil em primeiro lugar mundialmente posicionado, a luta contra a violência pela a ética na política, aliando-se, por vezes, aos setores evangélicos não se limitando somente aos atos religiosos, tendo então católicos e evangélicos intervindo mutuamente de maneira multitudinária. Rememora que na atual conjuntura, com o aumento da insatisfação social perante a política nacional, a hierarquia da Igreja católica é, conforme se vê no percurso de sua história, novamente chamada para ser a mediadora da crise instalada no Brasil, como é o caso do Movimento dos Sem-Terra (MST) e o governo em que ambas as partes não consegue chegar a um entendimento, crise que está banhada de violência. Alerta para o fato de que não é somente a violência a causadora da tensão, como está a situação do Brasil, mas sobretudo, a insatisfação da sociedade que cada vez mais está exigindo a cancelamento da dívida externa que cresce assustadoramente a cada dia que passa, conforme vem observando. Diz que o Brasil por não ter realizado a reforma agrária, o problema da terra tornou-se e sempre foi um problema social bastante sério para a sociedade brasileira, tornou-se um impasse político, já que o governo insiste em manter-se intransigente para fazer qualquer tipo de negociação quando se trata de reforma agrária. Várias entidades e celebridades reconhecidas internacionalmente já se manifestaram sobre a necessidade da reforma agrária no Brasil. Não esquece de mencionar que os trabalhadores sem-terra são pessoas pobres e necessitam da reforma agrária para que possam produzir para o país. Isso seria a implantação da democracia. O problema maior consiste nas lideranças políticas que não querem o diálogo. Denuncia que a pobreza cresce no país devido à globalização que impõe de maneira assustadora as leis do mercado sem ter a mínima preocupação com a solidariedade, por não haver reforma agrária, o poder aquisitivo do trabalhador cai drasticamente, não há saúde nem educação, e o pior de tudo, não há por parte dos governantes preocupações em acionar uma política que gere emprego, por isso “O Brasil é um país rico e com possibilidades, mas estamos assistindo ao crescimento da miséria e da violência. É um país onde o povo morre de fome e o rico morre de medo por causa da violência” (p. 22). Segundo sua afirmação a fome mata mais que a violência e o salário mínimo no Brasil ajuda o crescimento dessa situação e por sua vez o governo só visa o lado econômico sem ter preocupação com a área social. Acreditava que com o fim da ditadura militar iria ser instaurada na sociedade Brasileira a tão almejada democracia, mesmo que fosse de maneira lenta e gradativa, o que não ocorreu. Lembra que a CNBB está distribuindo em todas as paróquias do Brasil um guia didático, que é uma cartilha, nomeado com o título de “Vamos acabar com a corrupção”, de apenas 77 páginas, que orienta o eleitor a votar e a combater à corrupção eleitoral. Vem incentivando os católicos de todo Brasil a criarem comitês eleitorais. A cartilha, além de outros conteúdos que possui, mostra que é de responsabilidade de todos combater às irregularidades no que diz respeito à compra e à venda de votos; os abusos econômicos; o uso da máquina administrativa. Quando isso acontecer deve-se denunciar imediatamente à justiça eleitoral. A elaboração da cartilha deve o intuito de evitar a eleição de políticos que exploram as camadas populares e quando eleitos exercem o poder em seu próprio nome. Defende a idéia de que é preciso manter a esperança, mesmo com a difícil situação que o Brasil atravessa, já que o Brasil é um país viável pelas riquezas que possui, mesmo com o famigerado salário mínimo imposto aos trabalhadores.